Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.comSua dose diária de inteligência financeiraFri, 01 Dec 2023 09:15:00 0000pt-BRhourly1https://www.coletivocapoeira.com/wp-content/uploads/2020/01/Investnews-logo.pngPesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com3232Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/colunistas/infiltrado-na-limer/o-empoderamento-negro-na-pratica-e-a-mudanca-construida-coletivamente/Fri, 01 Dec 2023 09:15:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=542053O empoderamento negro na prática e a mudança construída coletivamente

A falta de equidade no mercado corporativo é amplamente conhecida e começa a ser documentada de forma sistemática, revelando abismos de presença em cargos de liderança, na cadeia produtiva e de oportunidades de investimento. Ao considerar dados que demonstram o quanto há para se avançar, vem a oportunidade de implementar mudanças. Nesse sentido, a sociedade civil, governos e formadores de opinião, contribuem para potencializar a agenda ESG, em especial no Brasil, onde temos um passivo de colonização, discriminação e massiva desigualdade de raça.

Os avanços da legislação antirracista no Brasil, conquista indiscutível da luta centenária da população negra e movimentos negros por igualdade e justiça, são concretas e impactam na sociedade, ainda que lentamente. Para além de novembro, o trabalho de formiguinha para reduzir desigualdades e construir coletivamente uma democracia real é um imperativo social, moral e jurídico.

Essas premissas impulsionam ações que buscam empoderar a população negra, tanto como parte integrante do ESG quanto como resposta às demandas sociopolíticas dessa parcela da população. Não estamos mais num momento histórico em que se pode levar a sério questionamentos de que o racismo não existe, ou se incide ou não sobre todos os espaços, esse já é um fato reconhecido e demonstrado, agora o momento é de ação para mudar essa realidade.

mãos negras sobre teclado de notebook com gráficos financiros na tela do computador.
Por biasciolialessandro

Nos últimos anos, iniciativas em prol do empoderamento negro já foram criadas levando em conta essa realidade, se distanciando do mito da democracia racial, que impedia encarar o racismo de frente e sanar suas consequências. Aqui, temos orgulho sem disfarces de fazer parte dessa vanguarda no mercado corporativo, e aproveitamos o Novembro Negro para sermos negros e orgulhosos, sim, por que não? O tempo de humildade e humilhação forçada precisa – definitivamente – ficar para trás.

É para frente que andamos, por exemplo, ao convocar para a participação no “MBM Inovahack: Inovação, ESG e Impacto!”. E andamos para o futuro, sem esquecer as lições do passado recente, mas atuando sobre esse passivo ativamente, jogando a pá de cal na negação do racismo, lidando diretamente para reverter seu legado nefasto de escassez seletiva. 

Iniciativas

Grandes organizações não-negras, a exemplo do Google for Startups, por meio de iniciativas como Black Founders Fund Brasil, também reconhecem essa potencialidade – e a necessidade de mudança social – e investe recursos financeiros, sem qualquer contrapartida ou participação societária, resultando em apoio prático para ajudar empreendedores negros e negras a construírem e expandir negócios.

A Potencia Ventures é outra organização global atuando no país, com a expertise de pioneira de venture capital focada em investimentos de impacto. Fundada há vinte anos, quando impacto social e ESG não eram prioridades nas agendas globais, abriu caminhos para essa visão. Em  2022, a empresa lançou um programa no Brasil em que selecionou 20 startups e, durante este ano, essas empresas acessam mentorias e trocas de experiências com empreendedores, investidores e executivos.

Segundo a Potencia Ventures, 100% dessas startups tem cofundadora mulher, 75% têm um cofundador preto ou pardo.  Ao final do programa, 5 destas empresas receberão investimentos a partir de 100 mil dólares, a depender da necessidade da startup. 

Outra iniciativa que destacamos é oMOVER – Movimento pela Equidade Racial, que reúne 49 empresas atuantes no Brasil, que empregam juntas 1,3 milhão de colaboradores e que realizam um trabalho impactante. As ações incluem distribuição de bolsas, atividades de formação, capacitação, divulgação de artigos, mobilização interna nas organizações em prol do empoderamento negro e de construção da equidade. O MOVER descreve: “Nosso trabalho inclui o compartilhamento de boas práticas e aceleração dos processos já em curso nas empresas, além do investimento social coletivo voltado a criação de impacto positivo na educação, geração de emprego e na conscientização da sociedade quanto ao racismo”.

Ao dar prioridade a grupos raciais minorizados em grandes empreendimentos, movimentos de pessoas negras e não-negras contribuem para a promoção da igualdade racial num nicho em que predomina o estereótipo branco, nascido rico, com lastro social e financeiro, como dizem nas redes: a cara do privilégio.

Mudar a cara do mercado de investimentos e das grandes organizações, mudar o lugar onde a pessoa negra atua nesses espaços, também contribui para transformar e democratizar a sociedade. Assim como nós, coletivamente, por meio de legislação e pressão social, mudamos a cara das universidades brasileiras, após décadas da lei de Cotas. O país viu essa mudança acontecer e trazer para o mercado de trabalho, aeroportos, veículos de jornalismo, governos, parlamento, uma leva de gente com a cara do Brasil que os dados estatísticos indicam como maioria da população. Esse é o futuro pelo qual trabalhamos e queremos ver o mais breve possível.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/financas/industria-de-fiis-e-cris-cresce-apesar-de-casos-pontuais-de-inadimplencia/Fri, 01 Dec 2023 09:00:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=542028Indústria de FIIs e CRIs cresce, apesar de casos pontuais de inadimplência

Após casos pontuais de inadimplência, investidores de fundos imobiliários (FIIs) comprados em papéis de dívida – os chamados Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) –, não tiveram muita paz em 2023. Os dividendos parrudos oferecidos em troca de maior risco, ficaram comprometidos, como foi o caso do HCTR11, da gestora Hectare, que compra os chamados “high yield” ou títulos de maior risco.

Quem investe no fundo financia operações do setor imobiliário ao antecipar crédito, o cerne da modalidade dos CRIs. No entanto, em situações complexas, quem pega esse crédito – em maior parte, incorporadoras – tem maiores chances de não honrar o pagamento da dívida. Foi o caso da Gramado Parks, grupo de turismo e hotelaria que tem dívidas atreladas a CRIs e compõe a carteira de FIIs como Hectare(HCTR11),Devant(DEVA11),Versalhes Recebíveis (VSLH11)eTordesilhas(TORD11).

A cota desses fundos sofreu queda em bolsa, assim como seus dividendos foram impactados durante oito meses de crise, já que a inadimplência começou em fevereiro. 

O fundo Hectare amarga queda de 64% neste ano até 30 de novemrbo; o da Devant, -51,6%; Versalhes Recebíveis, -55,6%; e o Tordesilhas, -71,4%.

À espera de dividendos maiores

Em outubro, foi divulgada a renegociação desses papéis pela securitizadora Fortesec, que é quem fez a emissão destes títulos de dívida. Agora, os cotistas aguardam que as respectivas gestoras anunciem o retorno dos dividendos como antes, uma vez que quase 91% dos recebíveis que somam R$ 1,3 bilhão em saldo devedor foram renegociados. 

A questão é que, com tantas empresas entrando com pedido de recuperação judicial (RJ), não é incomum que novas inadimplências acometam os CRIs e os respectivos investidores. Recentemente, a SouthRock, holding controladora de marcas como Starbucks e SubWay no Brasil, fez pedido de RJ por dívidas na casa de R$ 1,8 bilhão. E, sim, o grupo controlador tem CRIs, assim como debêntures – outro tipo de papel de dívida.

Neste primeiro caso, a holding empacotou receitas futuras do Starbucks neste título para oferecer a investidores e captar recursos no mercado. Em linhas gerais, o papel oferece um rendimento prefixado mensal além da correção por um indicador, podendo ser a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). E os fundos imobiliários embarcaram nessa. 

Foto: Starbucks.com

RZAK11, IRIM11 eIRDM11 são exemplos disso. O primeiro tem maior exposição aos CRIs do Starbucks considerando o patrimônio líquido do fundo (6,5%); já o segundo está 4,1% exposto, e o terceiro, menos de 1%. 

Segundo comunicado da gestora do FII Riza Akin(RZAK11), os recebíveis da rede de cafeterias não estão sujeitos ao processo de recuperação judicial, além das parcelas (no montante de R$ 50,1 milhões) estarem devidamente pagas até outubro. Por isso, os dividendos do fundo não foram afetados.

No entanto, não há garantias que os meses seguintes continuarão sendo honrados, e por este motivo, a gestão contratou um assessor legal para proteger o interesse do fundo e dos investidores.

A diversificação setorial e gestão ativa são um ponto positivo para o FII que não tem exposição a multipropriedades, loteamentos ou hotelaria, cerne do negócio do Gramado Parks. Com o ambiente de taxas de juros mais altas e inflação, houve muitas quebras de contratos do grupo gaúcho, o que impactou o pagamento das dívidas.

O que mostra que o cenário de crise financeira para algumas empresas reforça a maior atenção que o investidor precisa ter antes de se posicionar em FIIs de papel, reconhecidos por investir em títulos de dívida imobiliária, e por pagar maiores dividendos.

Cautela do investidor

Segundo Jefferson Honório, sócio da Brio Investimentos e líder do time gestão do BIME11, muitas vezes o investidor busca por maiores remunerações, mas sem considerar o risco que está correndo.

“É importante o investidor dimensionar o tamanho da posição dentro da sua carteira, se aquele retorno está fazendo sentido para aquele risco, além de buscar gestores que fazem alocação ativa de crédito”.

Jefferson Honório, sócio da Brio Investimentos e líder dE gestão do BIME11.

Outra observação de Honório é avaliar a diversificação da carteira da gestora, uma vez que quanto menor for essa diversificação, maior será o risco que o investidor estará tomando ao comprar o fundo imobiliário.

Por fim, ele sugere avaliar o histórico das gestoras por trás dos fundos antes de se posicionar nos ativos. Honório lidera um fundo multiestratégia que investe em 13 CRIs, cinco deles originados pela própria gestora que gere outros fundos (quatro de equity e um de crédito estruturado). A taxa de remuneração é de IPCA + 9% ao ano.

Crescimento da indústria de FIIs e de CRIs

Até o final de setembro deste ano, havia 503 fundos imobiliários listados na bolsa, segundo último boletim disponível da B3. Seis anos antes, este número era de 156. Considerando também os FIIs não listados, o número é maior atualmente: são 881, contra 333 em igual período, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Apesar de os FIIs fora da bolsa terem crescido menos que os listados (164,5%, contra 228%), a modalidade tem ganhado tração num mercado em que investir em imóveis faz parte da tradição do brasileiro. Apenas os FIIs da B3 compõem R$ 150 bilhões em patrimônio líquido e R$ 223 bilhões em valor de mercado.

A preferência por trocar o investimento em um imóvel físico por um fundo que investe em uma carteira diversificada pode inclusive ser comparada ao movimento visto na poupança (antes utilizada como único meio para o investidor comum preservar seu capital). A caderneta vem registrando captações líquidas negativas (saques maiores que aportes) desde 2021, após recorde em 2020, quando estourou a pandemia por covid-19.

O saldo da poupança caiu 9% na comparação de setembro de 2023 ante dezembro de 2020. Em média, no ano de 2023, foram retirados R$ 8 bilhões por mês. Só que grande parte dos recursos que financiam o mercado imobiliário vem da poupança (65%). Ou seja, os recursos subsidiados para financiamento do setor seguem em queda.

Mas é aí que entram os Certificados de Recebíveis Imobiliários. A modalidade, que também investe no setor, segue crescente. Segundo dados da Anbima, este ano até outubro, o volume de emissão destes títulos foi de R$ 34,87 bilhões, divididos entre 330 operações. Mas há seis anos, o volume captado foi de R$ 8 bilhões em 111 operações.

Segundo a Brio Investimentos, esta é uma alternativa que foi criada diante da necessidade que o mercado tinha, em especial, para o financiamento de incorporadores.

“No começo, os primeiros clientes que começaram a buscar este mercado eram aqueles que não tinham acesso a bancos ou que encontravam alguma dificuldade. Mas hoje, a maior parte de incorporadoras listadas acessam o mercado de capitais via CRIs.”

jefferson Honório, sócio da Brio Investimentos e líder dE gestão do BIME11.

A gestora aponta ainda que este é um segmento do mercado ainda muito jovem e que busca se desenvolver nos últimos cinco anos. Para a Brio, ainda está longe de atingir a maturidade, uma vez que há muito espaço para se aperfeiçoar.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/economia/brasil-assume-g20-com-agenda-esvaziada-questao-ambiental-deve-unir-grupo/Fri, 01 Dec 2023 08:00:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=542093Brasil assume G20 com agenda esvaziada; questão ambiental deve unir grupo

O Brasil assume a presidência do G20a partir desta sexta-feira (1), a qual ocupará pelo período de um ano. Ao longo dos próximos meses, o país ficará responsável por organizar reuniões temáticas e setoriais do grupo – formado por 19 nações, além da União Africana e da União Europeia (UE), que juntos correspondem a 85% da economia mundial. 

No entanto, o risco é de uma agenda global esvaziada. Isso porque a disputa geopolítica entre Estados UnidoseChina, que parece dividir o mundo novamente em dois pólos, reduz a chance de vários atores internacionais andarem lado a lado – mesmo que seja por um caminho do meio. 

Presidente Lula durante instalação da Comissão Nacional do G20, no Palácio do Planalto 23/11/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

Ainda mais diante das investidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reforçar a proposta de “criar” o Sul Global e da recente ampliação do Brics. A partir de janeiro de 2024, o bloco contará com seis novos países, que se juntam a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

“A retomada do protagonismo internacional brasileiro traz maior expressividade para as vozes dos países periféricos e, quiçá, contribua para ampliar a margem de negociação dos países do Sul Global com os do Norte Global”.

Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil (Opeb) da Universidade Federal do ABC, em artigo recente.

É a primeira vez que a chamada “troika” do G20 – composta pelo país que preside atualmente, o anterior e o próximo – é formada por nações em desenvolvimento. Assim, a agenda do G20 será decidida e implementada pelo governo brasileiro, com apoio da Índia, última ocupante da presidência, e da África do Sul, que assume o mandato em 2025. 

Ou seja, a janela de oportunidade para o Sul Global estará aberta por mais dois anos, com permanência garantida até lá. Vale lembrar que o termo vai além da dimensão territorial e inclui tanto países emergentes mais pobres quanto mais ricos, que têm em comum a ocupação e exploração por potências estrangeiras. 

Clima comum

A questão ambiental deve ser um dos poucos denominadores comuns entre os principais países – seja do Brics, do Sul Global ou desenvolvidos. O tema é central na 28º Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 28, iniciada nesta quinta-feira (30) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde acontece até o próximo dia 12.

Porém, ao assumir o papel de líder do G20 a partir deste mês sob o lema “Construindo um mundo mais justo e um planeta sustentável”, o Brasil realça a importância de uma ação coletiva para combater a crise climática. Aliás, o assunto tem sido recorrente em discursos oficiais do país em eventos internacionais. 

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília 01/11/2023 REUTERS/Adriano Machado/File Photo

Na Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, o presidente Lula ressaltou a necessidade de medidas práticas contra as mudanças climáticas, como a transição energética e a bioeconomia, enfatizando também a responsabilidade dos países ricos, em especial do G20, nesses problemas. 

Estimativas recentes apontam que, combinados, os países do G20 correspondem a aproximadamente 70% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). Por isso, acordos de cooperação econômica internacional feitos em fóruns do grupo têm potencial significativo para ajudar a alcançar as metas previstas no Acordo de Paris.

Multilateralismo

Daí porque o Brasil também tem valorizado a ideia de multilateralismo. Segundo o Opeb, formado por docentes e discentes de graduação e pós-graduação em Relações Internacionais e áreas afins da UFABC, na visão de Lula, um mundo multipolar vai além da ONU e é “onde o poder e a influência são compartilhados entre várias nações”. 

Em evento na semana passada para a comissão nacional do G20, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que é preciso recuperar o multilateralismo e a perspectiva de integração entre as nações. “Por uma nova globalização socioambiental”, disse, na ocasião.

Na avaliação de Haddad, o Brasil tem a oportunidade de pautar a economia mundial nos próximos 12 meses, atendendo aos interesses do Brasil, da América Latina e do Sul Global. “É a nossa chance de botar a mão na massa e usar essa oportunidade para avançar nossa visão de um mundo mais integrado”, destacou o ministro.

Essa visão do governo federal pode significar maior apoio ao projeto de reforma no Conselho de Segurança da ONU. Trata-se de uma demanda de longa data da diplomacia nacional, que visa a inclusão do Brasil como membro permanente com poder de veto. 

Ainda segundo o Observatório da Universidade Federal do ABC, a intenção do Brasil é tornar o CS das Nações Unidas “mais democrático, representativo e eficiente”, como forma de contornar falhas de atuação do órgão que carece de representação geográfica. 

Agenda

O mandato brasileiro no G20 começa a partir de 1º de dezembro de 2023 e vai até 30 de novembro de 2024. No período, o país deve organizar mais de 100 reuniões oficiais, que incluem cerca de 20 encontros ministeriais, 50 de alto nível e demais eventos paralelos.

As primeiras reuniões terão início já nos próximos dias, em Brasília, no Palácio do Itamaraty. Depois, somente em janeiro e fevereiro do ano que vem, serão realizadas 19 videoconferências do G20, discutindo textos que vão em seguida para reuniões ministeriais. 

A primeira grande reunião ministerial será a de chanceleres nos dias 21 e 22 de fevereiro no Rio de Janeiro. Mas o ponto alto da presidência brasileira no G20 será durante a 19ª Cúpula de chefes de Estado e governo, em 18 e 19 de novembro de 2024, também na capital fluminense, onde Lula receberá Joe Biden,Xi Jinping e outros líderes mundiais.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/negocios/nestle-projeta-mais-que-dobrar-os-investimentos-no-brasil-ate-2025/Thu, 30 Nov 2023 23:23:16 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=542280Nestlé projeta mais que dobrar os investimentos no Brasil até 2025

O investimento da Nestlénomercado brasileiro até 2025 vai mais que dobrar. Segundo anúncio da companhia, entre este ano e os dois próximos, o negócio no Brasil vai receber um reforço de R$ 6 bilhões, o que equivale a um crescimento de 105% na comparação com o triênio anterior, de 2020 a 2022. 

Com o Brasil se consolidando como o terceiro maior mercado mundial da Nestlé, o dinheiro já tem destino certo: “novas tecnologias na indústria, expansão das unidades fabris, transformação do portfólio e avanço da agenda de sustentabilidade”, segundo o comunicado da empresa. Além disso, será construída uma nova unidade da Purina, marca de alimentos para animais, em Santa Catarina.

Fábrica de Caçapava (SP) da Nestlé (Foto: Divulgação)
Fábrica de Caçapava (SP) da Nestlé (Foto: Divulgação)

Questionada pelo Pesca Feliz sobre a motivação e destinação dos investimentos, a empresa respondeu que as decisões foram baseadas em pesquisas de mercado que apontam para novos hábitos de consumo. 

“Por meio dessas pesquisas, temos acompanhado a diminuição no número de filhos nos lares, o envelhecimento da população e o aumento da presença de pets durante a pandemia e no pós pandemia. E com isso, evoluímos nosso portfólio com produtos que vão desde alimentos para nutrição infantil até opções indulgentes, suplementos para envelhecimento e também alimentos para animais de estimação.”

Nestlé, em nota ao INvestNews

A Nestlé tem três braços na área de levantamento e monitoramento de dados para ajustes de portfólio. Um deles é a área de Consumer and Market Insights (CMI), que segue uma abordagem orientada por pesquisas, estudos e dados públicos, incluindo iniciativas proprietárias. Há ainda o C.Lab, laboratório de pesquisas próprio focado em comportamentos dos consumidores e tendências de consumo, e a área de CES (Consumer Engagement Services), um canal de comunicação com os consumidores. 

Em julho, a empresa já havia anunciado que iria investir R$ 2,7 bilhões no Brasil até 2026 para ampliar e atualizar fábricas de biscoitos e chocolates no país.

Kopenhagen (Foto: Rafael Felix/Divulgação)
Kopenhagen (Foto: Rafael Felix/Divulgação)

O anúncio dos investimentos também vem poucos meses depois da aquisição do Grupo CRM, dono da Kopenhagen e Brasil Cacau, pela Nestlé. O negócio representa mais uma expansão nas áreas de atuação da empresa do que o fortalecimento em um mesmo segmento, conforme analisaram especialistas ouvidos pelo Pesca Feliz. O CRM representaria, na verdade, o ingresso da Nestlé em um ramo de varejo de presentes.

Para onde vai o dinheiro 

Nos planos da Nestlé para os próximos anos, um dos destaques é a categoria de chocolates e biscoitos, com a implantação de linhas de produção, tecnologias e novos produtos. Para 2024, a Nestlé vai inaugurar uma nova linha de KitKat na fábrica de Caçapava (SP), onde já existe a maior produção do chocolate na América Latina, de acordo com a companhia. 

Mas os projetos ainda devem se expandir para além do triênio anunciado. “Até 2028, a expectativa é ampliar ainda mais o parque industrial, com um total de seis linhas exclusivas na unidade do interior paulista”, disse a Nestlé em comunicado. 

Enquanto isso, no mercado de animais de estimação, está planejada a construção da segunda fábrica de Purina no país, em Vargeão (SC). A primeira fica em Ribeirão Preto (SP). 

Fábrica da Nestlé na Suíça (Foto: Divulgação)
Fábrica da Nestlé (Foto: Divulgação)

Outros planos incluem a categoria de café, mirando em linhas mais sofisticadas. Ainda entre os projetos prioritários estão os aportes em transformação digital e indústria 4.0, com robôs e tecnologias com o objetivo de aumentar a produtividade. 

“Teremos mais um pico de investimentos, acelerando uma agenda de ESG, inovação e transformação digital que sustentam o crescimento contínuo da operação brasileira da Nestlé”, disse Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil, em nota.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/financas/novembro-azul-mes-termina-com-indices-em-alta-e-maior-apetite-por-risco/Thu, 30 Nov 2023 22:42:09 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=542194‘Novembro azul’: mês termina com índices em alta e maior apetite por risco

Depois de um outubro vermelho, os principais índices de ações listados na B3(Ibovespa,IDIV,BDRxeSmall Caps) mudaram de direção e aderiram ao “Novembro Azul”, em alusão alusão à campanha de conscientização de saúde que marca o mês. E esse rali acionário, puxado por uma retomada do apetite por risco, não foi uma exclusividade brasileira.  

Em novembro, o movimento local foi conduzido pela volta por cima das bolsas internacionais, em especial em Nova York, onde os principais índices do mercado registraram os maiores ganhos mensais do ano. 

Aliás, neste último pregão de novembro (30), o Dow Jones alcançou a máxima de 2023 durante a sessão, fechando o mês com valorização de 8,8%, no maior ganho mensal desde outubro de 2022. Já o S&P 500 teve alta de 8,9% em novembro, enquanto o Nasdaqsubiu pouco mais de 10%. 

Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) 19/03/2021 REUTERS/Brendan McDermid

Esses dois últimos tiveram o melhor desempenho mensal desde julho do ano passado. O comportamento do outro lado do Atlântico Norte não foi muito diferente. O índice pan-europeu Stoxx 600, que abrange as principais ações europeias, fechou no maior nível desde agosto e na melhor performance no mês desde janeiro. 

Por sua vez, o Ibovespacravou a maior valorização mensal em exatos três anos. Ou seja, a alta de 12,5% acumulada em novembro é a maior de 2023 e, desde novembro de 2020, quando avançou 15,9%, na ocasião, recuperando-se do impacto da pandemia nos mercados globais meses antes. 

Confira os rendimentos dos investimentos em novembro:

AplicaçãoAcumulado em novembro (%)
Ibovespa – B3+12,54%
Small Caps – B3+12,46%
IDIV – B3+10,70%
Bitcoin+9%
BDRX – B3+6,46%
Dow Jones – NY+8,8%
S&P 500 – NY+8,9%
Nasdaq – NY+10,7%
Stoxx 600 – Euronext+6,4%
CDI+0,87%
Poupança+0,55%
Dólar Ptax-2,41%
Ouro-2,85%

*Fonte: Einar Rivero e Investing.com

Segundo o consultor independente Einar Rivero, desde 2000, em 13 oportunidades o Ibovespa teve rentabilidade positiva em novembro, enquanto em 11 ocasiões registrou variação negativa, sendo que o pior novembro ocorreu em 2000 (-10,63%), seguido por 2016 (-4,65%) e 2010 (-4,20%), completando as três maiores quedas.

Além disso, foi a primeira vez que o principal índice acionário da bolsa brasileira subiu mais de dois dígitos em um único mês neste ano. Junho deste foi o que passou mais perto disso, com ganhos de 9%. De lá para cá, os tombos foram maiores que as subidas. 

Isso porque, entre agosto e outubro, houve uma debandadadosinvestidores estrangeiros das ações brasileiras, encolhendo os ganhos do Ibovespa no ano até o mês passado para apenas 3%. Já neste mês, que ainda nem acabou, os gringos ingressaram com mais de R$ 18 bilhões na renda variável nacional. 

Os dados mais recentes, que se referem ao encerramento da semana passada, mostram uma sequência de 12 dias seguidos de entrada de recursos. Esses aportes externos elevaram o superávit dessa conta no ano para quase R$ 25 bilhões. 

Da aversão ao apetite

Não é por acaso, então, que boa parte da alta acumulada pelo Ibovespa em 2023, que ultrapassa 15%, representa apenas os números de novembro, que içou o índice acionário ao maior patamar desde meados de 2021. Afinal, o que aconteceu no mês para uma guinada tão brusca dos ativos de risco, engatando uma recuperação global?

“No mês de novembro, tivemos melhores condições globais” –

Apolo Duarte, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital.

Segundo Duarte, o destaque ficou com os Estados Unidos, onde se viu dados econômicos melhores do que o esperado durante todo o mês, tanto de inflaçãoquanto de emprego. “Isso acabou mudando um pouco o tom de alguns membros do Federal Reserve, o que também contribuiu para a queda da taxa de juros de longo prazo nos EUA”, explica.

Vale lembrar que em agosto o rendimento (yield) do título americano de 10 anos (T-note) iniciou uma disparada, atingindo os maiores níveis desde antes da crise de 2008, o que provocou uma aversão por risco generalizada. Como resultado, o bônus de referência global chegou a testar a marca simbólica de 5% em outubro. 

Depois, porém, esse movimento arrefeceu, com o papel de 10 anos voltando aos menores níveis em dois meses. Isso porque o mercado de títulos nos EUA (Treasuries) começou a apostar em cortes nos juros pelo Fed já para o início do ano que vem. 

“E isso trouxe um apetite a risco muito maior em escala global. Em Wall Street, houve melhora e, consequentemente, isso vem para países emergentes também”, emenda o head da mesa de renda variável da AVG Capital.

Ele acrescenta que, apesar da questão fiscal ainda trazer certa cautela, o cenário no Brasil também joga a favor, em meio à queda da taxa Selic, mesmo que paulatinamente. 

Correlação suspeita

Portanto, nos últimos quatro meses, foi o salto das Treasuries que pesou sobre as ações globais, ao passo que o alívio visto neste mês impulsionou as bolsas pelo mundo. A dúvida, então, é se essa correlação entre os bônus dos EUA e os índices acionários veio para ficar – ou ao menos até o fim do ano, garantindo um presente de Natal aos investidores. 

Para Duarte, a resposta é sim. “Em princípio, esse rali pode continuar também em dezembro porque os elementos positivos podem continuar atraindo fluxo”, explica. Ou seja, o apetite por ativos mais arriscados tende a ter continuidade desde que sejam mantidas as condições macroeconômicas atuais, tanto aqui quanto lá fora.

Aliás, o bitcoin (BTC) aparece como a melhor aplicação em novembro, atrás apenas de índices de ações. Ainda assim, a alta de 9,00% da criptomoeda superou a do BDRx, composto por recibos de ações de empresas estrangeiras (+6,46%). Na lanterna, ficou o ouro, com queda de 2,85%, seguido pelo dólar (-2,41%), considerando-se a cotação do Banco Central (Ptax).

Porém, a própria animação do mercado devido à queda nos rendimentos de longo prazo nos EUA pode ter um efeito perverso. Afinal, quanto menor a remuneração para se manter dinheiro parado no ativo considerado o mais isento de risco no mundo, mais recursos ficam disponíveis na economia, estimulando o consumo e, de quebra, a inflação. 

Em outras palavras, maior pode ser a necessidade do Fed fazer aquilo que hesita, mas não descarta: subir os juros dos EUA novamente. Isso porque com taxas de juros mais baixas no mercado de bônus, fica cada vez mais improvável o custo de vida do cidadão americano esfriar o necessário para o Fed começar a cortar os juros – ou mesmo parar de subir.

“Reduzir os rendimentos dos bônus em antecipação ao fim do ciclo de aperto pelo Fed é uma estratégia autodestrutiva”

Michael Every, estrategista global do Rabobank, em relatório.

Para o especialista, o Fed não está apenas dependente dos dados econômicos, mas também do mercado. “Ou seja, se os rendimentos dos títulos dos EUA subirem, o Fed não terá de subir os juros. Mas se os yields caírem na visão de que o Fed não irá apertar mais; então, ironicamente, terá de fazê-lo”, explica Every, do Rabobank.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/negocios/apos-braskem-anunciar-fim-de-pagamentos-em-2024-maceio-aponta-risco-em-mina/Thu, 30 Nov 2023 14:53:08 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541968Após Braskem anunciar fim de pagamentos em 2024, Maceió aponta risco em mina

Um dia depois de a Braskem(BRKM5) afirmar ao mercado que pretende concluir em 2024 as compensações pelos danos em Maceió, a Defesa Civil da capital de Alagoas anunciou que há um “um risco iminente de colapso” de uma antiga mina de sal-gema da petroquímica, em uma área já desocupada. As atividades no entorno do local foram interrompidas.

O caso se refere ao afundamento do solo de 5 bairros em Maceió a partir de 2018, fruto da exploração de sal-gema pela Braskem ao longo das últimas décadas antes de a atividade ser paralisada em 2019. A região teve que ser desocupada e os moradores que deixaram suas casas, indenizados, em um processo que ainda está em curso. 

Área atingida por afundamento de solo em Maceió após exploração de sal na região pela Braskem (Foto: Arquivo/Prefeitura de Maceió)
Área atingida por afundamento de solo em Maceió após exploração de sal na região pela Braskem (Foto: Arquivo/Prefeitura de Maceió)

Na terça-feira (28), o vice-presidente financeiro da Braskem, Pedro Freitas, disse em uma apresentação a analistas que a companhia espera concluir no início de 2024 as ações do plano de realocação e compensação de moradores atingidos. 

“No início do ano que vem, devemos concluir o PCF definitivamente”, afirmou o executivo, em referência ao “Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação” criado pela empresa. Foram provisionados R$ 5,7 bilhõesao programa, dos quais a Braskem já desembolsou R$ 4,4 bilhões.

O impacto financeiro do caso para a Braskem até agora, no entanto, é maior que esse. O total provisionado para os eventos relacionados ao afundamento do solo de Maceió é de R$ 14,4 bilhões, incluindo além do PCF ações como o fechamento de poços de mineração de sal e sócio-urbanísticas. Do total reservado no orçamento da companhia, R$ 9,2 bilhões de reais já foram desembolsados, segundo Freitas.

Novo risco

Foi na quarta-feira (29) que a Defesa Civil de Maceió disse que há “um risco iminente de colapso” de uma antiga mina de sal-gema da petroquímica Braskem, em uma área já desocupada. O órgão afirmou, em nota, que o quadro no local se agravou após sismos se intensificarem.

“Estudos mostram que há risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas”, disse a Defesa Civil, recomendando que embarcações e a população evitem transitar na região. 

Área atingida por afundamento de solo em Maceió após exploração de sal na região pela Braskem (Foto: Arquivo/Prefeitura de Maceió)

A Braskem afirmou, em nota, que “em decorrência do registro de microssismos e movimentações de solo atípicas pelo sistema de monitoramento, paralisou suas atividades na área de resguardo“. A área de resguardo é uma zona de segurança em torno de poços com problemas de estabilidade na região.

A Braskem disse ainda que a área “foi isolada preventivamente e em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil.”

Mercado de olho

Mesmo após a nova informação da Defesa Civil, a ação BRKM5 operava em alta na manhã desta quinta-feira (30), mais à tarde virou para queda.

O papel caminha para fechar a semana no azul, após analistas do UBS BB elevarem na quarta-feira (29) a recomendação de “venda” para “neutra”, citando que há um espaço limitado para a queda após o desempenho recente dos papéis, além de expectativa de recuperação dos spreads petroquímicos. 

Mas, apesar da melhora na recomendação, o UBS aponta que o caso de Maceió ainda representa um fator de risco. “Acreditamos que ainda restam grandes desafios, como o passivo de Alagoas e os riscos da CPI do Senado”, disseram o analista Luiz Carvalho e equipe em relatório. 

No dia 24 de outubro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, leu em Plenário o requerimento que pede a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os danos ambientais causados em Maceió pela Braskem. Com a leitura, os partidos já podem indicar representantes e a CPI pode ser instalada.

O senador Renan Calheiros foi o autor do pedido de instalação da CPI da Braskem (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
O senador Renan Calheiros foi o autor do pedido de instalação da CPI da Braskem (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

O requerimento foi apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). “Não obstante a realização de acordos judiciais com os moradores, há um desconhecido passivo decorrente das necessárias medidas de preservação do patrimônio ambiental e histórico de Maceió”, disse ele no requerimento.

O senador cita ainda o fato de “recentemente o município ter assinado acordo com a empresa para a reparação dos danos urbanísticos no valor de R$ 1,7 bilhão, que não estavam previstos anteriormente”.

“Somam-se ao passivo a perda de arrecadação tributária estadual, novos riscos, ações judiciais individuais em trâmite e a demanda por infraestrutura metropolitana”.

senador Renan Calheiros em requerimento de CPI

Calheiros foi presidente da Salgema, uma antecessora da Braskem, entre 1993 e 1994.

Em relatório também nesta semana, analistas do BTG apontaram que, “no longo prazo, a BRKM ainda vê potencial para um maior crescimento”, mas também citaram a situação em Maceió como um ponto de atenção. “Não descartamos a possibilidade de novas provisões provenientes de Alagoas, atualmente em R$ 5,6 bilhões, embora os riscos sejam menores do que antes.”

Tanque em unidade de produção de cloro-soda da petroquímica Braskem em Maceió 30/01/2020 REUTERS/Amanda Perobelli

Gustavo Mizrahi, sócio do escritório Vieites Mizrahi Rei Advogados, reforça que a notificação da Defesa Civil resulta num alerta sobre “possível risco ambiental na região”, o que “adiciona incerteza quanto à magnitude da contingência“.

Nesse cenário, Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT CAPITAL, cita o aumento das incertezas em torno das consequências do incidente para a Braskem, “pois novamente não se sabe os impactos que esses abalos podem ocasionar na região”.

“Por mais que a região já esteja desocupada, as áreas no entorno ainda têm moradores. E, quando há um desmoronamento ou colapso de estruturas, a gente não tem ainda a noção de até que ponto isso pode afetar é a infraestrutura da região”

Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT CAPITAL

O especialista diz ainda que o risco ambiental “também impacta diretamente na questão da possível venda da companhia, porque não se sabe o quanto ainda terá que se gastar em virtude deste problema”.

Mas Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, acredita, por sua vez, que “quando falamos de impacto no mercado financeiro, boa parte do risco já está ‘precificado’ devido ao histórico de problemas relacionados à atividade”.

Ele afirma que desdobramentos de um possível novo desastre ambiental “poderiam ter impacto negativo no caixa da empresa, mas se olharmos para a reação do mercado hoje, percebemos que os investidores não acreditam em um impacto tão negativo”.

De qualquer forma, o caso é um dos motivos para que analistas de algumas casas não recomendem a compra da ação, como é o caso da Nord. Em relatório nesta semana, os analistas destacaram que “a operação é foco de ajuste da companhia há anos”. 

No entanto, essa percepção não é unânime. Segundo levantamento feito pela ferramenta Valor Pro com 11 casas, 6 têm recomendação neutra para BRKM5, como Safra. Já outras 5 recomendam compra, como Ágora, BB Investimentos e XP. 

( * com informações da Reuters e Agência Senado)

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/negocios/apos-compra-do-itau-avenue-aposta-em-conta-em-euro-e-maior-oferta-de-produtos/Thu, 30 Nov 2023 10:24:58 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541842Após Itaú entrar no jogo, Avenue mira conta em euro e maior oferta de produtos

“Falar em ‘dólar’ abre milhões de oportunidades. É como a pessoa que fala inglês, ela se comunica com pessoas do mundo todo, enquanto a que só fala português fica mais restrita”. A fala de Roberto Lee, presidente-executivo da corretora de ativos internacionaisAvenue, em evento em São Paulo na quarta-feira (29), chama atenção para a crescente onda de brasileiros migrando parte do patrimônio para os Estados Unidos.

Com a queda na taxa de juros no Brasil, o executivo acredita que isso deva acelerar a migração de uma parte das carteiras para investimentos nos Estados Unidos, em especial, para ativos de renda fixa. 

Roberto Lee, presidente-executivo da Avenue. Foto: Janaína Ribeiro

Segundo ele, dados oficiais do Banco Central de 2017 e 2018 mostram que menos de 50 mil brasileiros tinham investimentos no exterior. “Hoje, só a Avenue tem 800 mil contas, e isso deve continuar numa crescente”, apontou durante o evento em comemoração aos 5 anos da plataforma.

“Em breve, todas as contas nacionais já devem nascer com conta internacional de forma nativa, o que deve impactar a sociedade”.

Roberto Lee, presidente-executivo da Avenue.

O executivo acredita ainda que nos próximos anos cerca de US$ 200 bilhões (R$ 1 trilhão) devam migrar para offshores. E defende que essa migração tende a demandar por mais produtos.

“Quando a sociedade começa a se conectar com o mercado internacional, começa também a demandar por mais produtos. Por isso devemos fazer uma série de lançamentos, frutos de investimento em infraestrutura”. 

Roberto Lee, presidente-executivo da Avenue.

Lee confessou, no entanto, que ao lançar a plataforma cinco anos antes, subestimou-se o potencial do mercado internacional no mercado brasileiro, muito maior que o imaginado no início. Agora, a cabeça da corretora está voltada em oferecer uma melhor infraestrutura, aliada a uma maior variedade de produtos ao varejo. E isso será possível após a venda de nova fatia da plataforma para oItaú(ITUB4).

Bancões de olho em ativos do exterior

Há mais de um ano, 50,1% da Avenue foi comprada pelo banco brasileiro – sendo 35% por um aporte de R$ 160 milhões e aquisição secundária de ações (que totalizam aproximadamente R$ 493 milhões). Já os 15,1% restantes devem ser adquiridos dois anos depois, por um valor a ser determinado. Após cinco anos, o Itaú pode adquirir a fatia restante, em poder dos atuais acionistas.

Com a transação, os clientes do Itaú passaram a ter serviços de intermediação de investimentos, banking (incluindo conta internacional e cartão) e acesso ao sistema financeiro norte-americano da Avenue.

Mas o banco dos Moreira Salles não é o único nessa empreitada no mercado brasileiro. XP(XPBR31), BTG (BPAC11) e Bradesco(BBDC4) vêm na mesma toada, após divulgarem o acesso dos seus clientes a estes serviços. 

Questionado sobre o motivo pelo qual um cliente escolheria a Avenue no lugar dos rivais, Lee foi categórico: talvez por termos começado antes, por estarmos mais enraizados, porque só fazemos internacional, acordamos e dormimos  pensando nisso e sem nenhuma outra interferência do nosso dia a dia”.

Agora, com o Itaú ao lado, o executivo aponta que os clientes da Avenue devem ter acesso a produtos de forma mais ágil e robusta. Do lado do Itaú, a necessidade de universalizar o acesso ao cliente foi o gatilho para fazer a parceria, segundo Carlos Constantini, responsável pela divisão wealth management do banco. 

“Produtos financeiros internacionais antes eram tidos como exóticos, mas passaram a ser de nicho e seguem caminhando para ser um produto estrutural”, apontou Constantini.

A próxima tacada da Avenue será lançar sua conta em euro, sendo possível fazer compras em dólar e na moeda europeia no mesmo cartão.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/financas/imposto-come-cotas-novembro-2023/Thu, 30 Nov 2023 09:00:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541778Imposto ‘come-cotas’ será cobrado nesta quinta; saiba mais

Quem tem fundosna carteira deve ficar atento ao “come-cotas”nesta quinta-feira (30). O nome refere-se ao recolhimento do Imposto de Renda (IR) que incide sobre este tipo de investimento a cada seis meses, sempre nos últimos dias úteis dos meses de maio e novembro.

A cobrança incide sobre fundos de renda fixa, multimercados e fundos cambiais. Já os fundos de ações possuem outra forma de tributação.

Dinheiro, Real Moeda brasileira. Crédito: © José Cruz/Agência Brasil,

Alíquotas do come-cotas

A alíquota é fixa para cada tipo de fundo, não importando quanto tempo o investidor já está lá. Se for um fundo de curto prazo, a alíquota é de 20%. Para que um fundo se enquadre nesse perfil, o prazo médio da carteira deve ser inferior a 60 dias, e nenhum ativo pode ter prazo superior a 375 dias. 

Já se for um fundo de longo prazo, a alíquota do come-cotas será de 15%.

No “come-cotas”, um percentual das cotas é provisionado para o pagamento do imposto. “Ele incide somente sobre o rendimento do fundo, não sobre o seu patrimônio dentro dele.

Quer saber mais sobre como funciona o “come-cotas”? Veja perguntas e respostas abaixo:

O ‘come-cotas’ incide sobre todos os fundos?

Grande parte dos fundos no mercado está sujeita a ele, já que o “come-cotas” está atrelado ao prazo do fundo, e não ao tipo. Fundos DI, fundos de renda fixa, fundos multimercado e fundos cambiais podem estar sujeitos ao come-cotas.

Já os fundos imobiliários, de previdência e de ações não têm incidência de come-cotas. Neles, o Imposto de Renda é cobrado apenas no resgate do investimento. Veja abaixo a alíquota do “come-cotas”:

  • Fundos Curto Prazo (20%)
  • Fundos Longo Prazo (15%)

Novas regras para fundos de ‘super ricos’

Com as novas regras na taxação dos fundos exclusivos e de investimentos no exterior (offshores), deve haver mudanças na tributação, mas elas ainda não estão valendo (a entrada em vigor será em 2024).

A nova regra impõe, entre outros pontos, uma tributação nos moldes do “come-cotas” sob os fundos fechados, a ser cobrada nos meses de maio e novembro. Antes, não havia antecipação do IR.

É importante ressaltar ainda que a medida atinge apenas uma “minoria da minoria” dos investidores (os fundos offshore representam 0,3975% da indústria de fundos). Ficaram de fora da nova regra do come-cotas os rendimentos dos fundos obtidos por bancos, seguradoras, fundos de previdência e capitalização, corretoras de títulos e valores mobiliários e câmbio ou sociedade de arrendamento mercantil, por exemplo.

Por que o nome ‘come-cotas’?

O nome vem exatamente da forma como esse imposto é cobrado – diretamente sobre o valor das cotas dos investidores. Na prática, ele reduz o número de cotas adquiridas em um fundo. Ele nada mais é que uma antecipação do Imposto de Renda, que ocorre duas vezes por ano.

Como o ‘come-cotas’ funciona?

Assim como na maioria dos investimentos em renda fixa, o Imposto de Renda que incide sobre a maioria dos fundos de investimento segue uma tabela regressiva. Ou seja, quanto maior o prazo, menor a alíquota, como mostra a tabela abaixo:

Prazo do investimentoAlíquota
Até 180 dias22,50%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,50%
Acima de 720 dias15%

O come-cotas desconta apenas o percentual mínimo de imposto devido sobre os rendimentos do investimento, que varia de 15% a 22,5%, de acordo com o tipo do fundo.

Já a diferença do total devido de Imposto de Renda e o valor já previamente recolhido no come-cotas é calculada no momento em que o investidor faz o resgate do investimento.

O come-cotas é um vilão?

No final das contas, escolher o investimento apenas pelo tipo de tributação que ele sofre pode não ser o melhor negócio, segundo especialistas em investimentos. Segundo eles, fundos que sofrem uma maior carga tributária têm rendimentos melhores, e podem acabar valendo mais a pena que aqueles com menos impostos.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/colunistas/claudia-kodja/as-oportunidades-para-2024/Thu, 30 Nov 2023 08:45:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=542065As oportunidades para 2024

Todo final de ano, especialistas apregoam suas previsões para o ano seguinte, na esperança de que alguma delas o transforme em um novo “guru” do mercado.

“Em termos de previsões, existem dois tipos de especialistas: os que não sabem prever o futuro e os que não sabem, que não sabem.”

John Kenneth Galbraith

Na coluna desta semana, me eximo da responsabilidade sobre previsões, mas me arrisco na divulgação das novas oportunidades, desenvolvidas como resposta a três grandes desafios da atualidade – a nova ordem mundial, o aumento da longevidade e a integridade digital.

Mudança da Ordem Mundial e a Reglobalização

A desaceleração do comércio internacional está acontecendo em termos de valor, volume e em termos da importância das cadeias de produtos,  sugerindo uma inflexão do movimento de globalização. 

Este ponto de inflexão do processo de globalização, se dá pelo agravamento das relações entre as duas maiores economias – China e Estados Unidos – e pelo agravamento das tensões geopolíticas, com a erupção dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e o conflito entre Israel e o Hamas.

Nesta disputa, as duas maiores potências econômicas impõem restrições mútuas e buscam se tornar mais autossuficientes. 

A necessidade de reduzir a dependência sobre cadeias de abastecimento expostas a tensões geopolíticas e comerciais está levando a relocalização das estruturas de produção e busca de oportunidades comerciais em mercados próximos, um movimento denominado de “Nearshoring”.

De acordo com um relatório publicado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID -06/2023), o Nearshoring pode gerar US$ 78 bi a mais em exportações na América Latina e a realocando investimentos no valor entre US$ 30 bilhões a US$ 50 bilhões, que antes eram destinados à Ásia.

Aumento da Longevidade

Em 60 anos, entre 1960 e 2020, nós ganhamos 22,5 anos de vida e a população mundial, com mais de 50 anos, é composta por 813 milhões de pessoas.

Embora o aumento da longevidade seja uma conquista, viver mais não significa capacidade de trabalhar por mais tempo, não implica na abertura de vagas de trabalho destinadas a esta faixa etária e os benefícios de uma vida longa não atinge a sociedade da mesma forma.

A partir do 50 e, definitivamente, a partir dos 60 anos, as pessoas são atingidas por uma onda de invisibilidade pela mercado e a crença de que os trabalhadores mais velhos, possuem menos capacidade, agilidade, dão mais valor aos métodos passados e podem ser mais caros. 

Além dos desafios propostos pelo aumento da longevidade, existe uma enorme oportunidade relacionada ao mercado de produtos e serviços destinados a este públicos. 

A atividade econômica das pessoas com mais de 50 anos nos EUA é de US$ 9,5 bilhões por ano, ou cerca de 46% do PIB, de acordo com a AARP.

De acordo com um estudo realizado pela consultoria Data8, esse público é responsável por 23% do consumo no país. 

As grandes empresas de tecnologia perceberam esse mercado crescente, composto principalmente por baby boomers. Amazon(AMZO34),Apple(AAPL34) e Alphabet(GOGL34), controladora do Google, criaram divisões para atender a este mercado geral.

A economia prateada no Brasil movimenta cerca de R$ 2 trilhões por ano e se mantem como um manancial de oportunidades, dada carência de produtos e serviços destinados às necessidades específicas deste público.  

População Mundial com 50 anos ou mais

Segurança Cibernética de Integridade Digital

A sofisticação crescente da internet, a expansão do comércio eletrônico, e o desenvolvimento de criptomoedas criaram oportunidades que não existiam anteriormente e que turvaram significativamente os limites entre as atividades lícitas e ilícitas. 

Algumas estimativas sugerem que a economia ilícita agora responde de 8 a 15% do PIB global.  A virtualização trouxe novos riscos à segurança do mercado e corporativa.

No catálogo dos crimes cibernéticos estão: supply chain attacks, ransomware, phishing e social engineering, fake news e deep fake.

Os ataques ransomware, que bloqueiam o acesso a sistemas ou dados, até que um resgate seja pago, movimentaram US$ 623 milhões, em 2021, e US$ 493 milhões, em 2022. Entre as empresas que sofreram este tipo de ataque estão: Accenture, NBA, Kia Motors, Ferrari, Cisco e o Instituto de Tecnologia de Israel.

A oportunidade reside no aumento da demanda por produtos e serviços destinados a proteção de dados. Os gastos mundiais dos usuários finais com segurança e gerenciamento de riscos cibernéticos devem totalizar US$ 215 bilhões em 2024, um aumento de 14,3% em relação a 2023, de acordo com a nova previsão do Gartner, Inc.

Obviamente, os novos desafios globais não se restringem aos descritos, mas por trás de cada uma delas, existe uma nova demanda social e portanto, um mercado a ser desenvolvido.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/negocios/2-meses-apos-comprar-ativos-da-marfrig-minerva-ainda-gera-duvida-por-negocio/Thu, 30 Nov 2023 08:00:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=5418952 meses após comprar ativos da Marfrig, Minerva ainda gera dúvida por negócio

Dois meses após a venda de ativos da Marfrig para a Minerva, a transação continua fazendo preço nas ações da Minerva. Com o mercado ainda desconfiado sobre as vantagens do negócio, o CEO da companhia, Fernando Queiroz, reforçou esta semana em evento a investidores que o foco é consolidar a dominância da empresa no segmento de carne bovina na América do Sul. Mas, para especialistas, a meta pode ser atingida somente no longo prazo, enquanto o endividamento ainda preocupa no horizonte mais curto. 

Entre dos frigoríficos, a ação da Minerva(BEEF3) está na lanterna do setor na bolsa brasileira, a B3. No acumulado de novembro e no ano até agora, somente ela caminha para fechar no negativo. As perdas em 2023 até agora estão perto de 40%. Enquanto isso, as demais têm resultados positivos para o investidor, com BRF(BRFS3) se destacando com alta acumulada em mais de 80% no ano. JBS(JBSS3) e Marfrig(MRFG3) também seguem no azul.

Especialistas do mercado creditam essa diferença a diversos fatores, mas o principal deles é a compra de unidades de abate de bovinos e ovinos na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai da Marfrig, por R$ 7,5 bilhões, fechada em agosto. 

Uma das principais preocupações é sobre o endividamento da empresa após o negócio. Embora não tenha a maior relação entre dívida e Ebitda (ou seja, o endividamento comparado com a capacidade de geração de caixa) na comparação com as demais, a trajetória é o sinal de alerta, assim como a visão do mercado sobre a possibilidade de redução à frente. 

É o que explica Johny Nicolas, analista de ações da Esh Capital. A JBS, por exemplo, tem relação maior entre dívida e Ebitda, mas pelo tamanho da empresa, a tendência é de que ela tenha mais acesso a captação de recursos. 

Também chamando a atenção para o endividamento, Heitor Martins, estrategista de investimentos na Nexgen Capital, cita que a preocupação com as margens do setor adiciona mais incertezas. “A Minerva precisaria dispor de um caixa entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões. Isso naturalmente é muito ruim para uma companhia, imagina um compromisso dessa magnitude em um setor que já não estava com uma margem tão atrativa.”

Mas a Minerva sabe dessa desconfiança do mercado. Nesta terça-feira (28), durante o chamado “Minerva Day”, o CEO destacou os planos de consolidação na América do Sul, buscando se aproveitar de peculiaridades regionais como criação de bois a pasto e oferta de mão de obra com menor custo.

Minerva (Foto: Divulgação/site de imprensa)
Minerva (Foto: Divulgação/site de imprensa)

“O setor cada vez mais vai para áreas mais competitivas, é muito mais barato na América do Sul, um grande diferencial, além da questão da natureza”, disse Fernando Queiroz no entendo, voltado para investidores.”50% do trading vai estar nas nossas mãos dentro de cinco anos”, acrescentou ele.

Agora, o mercado espera até que essas expectativas se materializem, enquanto continua penalizando a ação. “Acho que leva tempo para o Minerva justificar essa transação e começar a aparecerem boas sinergias”, opina Marco Saravalle, analista e sócio-fundador da Sara Invest. “O grande desafio continua sendo esse, entregar todo esse ramp up (elevação) de receitas desses ativos adquiridos.”

Mas há outros motivos 

Enquanto o negócio com a Marfrig reforçou as preocupações sobre o endividamento da Minerva, o mercado internacional direcionou as atenções para as receitas. No 3º trimestre, o frigorífico viu suas receitas totais caírem mais de 15%, em um movimento puxado pela forte queda de mais de 22% do mercado externo, contra uma leve contração de 1,2% no interno. 

A preocupação é de que essa queda persista nos meses à frente, como afirma Johny Nicolas, citando a “dependência que a Minerva tem da exportação de carne bovina”, especialmente para a China. 

Porto em Xangai, China 19/10/2020. REUTERS/Aly Song/File Photo/File Photo

“O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina para o mundo. Quando eu falo em exportação, existe uma dependência da China – 53% até agora em 2023 está sendo para a China. E a China está pagando menos por essa carne. Isso impacta muito a rentabilidade dos frigoríficos, fica mais difícil gerar margem e desalavancar.”

Nesse contexto, o analista questiona os planos da Minerva para aquele mercado, já que a desvalorização do yuan e a forte queda nos preços da carne suína puxam para baixo as perspectivas de curto prazo.

“A tese vendida pela empresa é de que o mercado é crescente, porque a China consome pouca carne bovina. Concordo. Mas isso é algo muito de longo prazo, e o mercado acaba olhando muito para 2024.”

Johny Nicolas, analista de ações da Esh Capital.

Enquanto isso, localmente, a cotação do boi também é ponto de atenção, como aponta André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. “A arroba do boi aqui no Brasil, que caiu abaixo de R$ 200, voltou a subir e já se encontra próximo de R$ 250, e isso impacta diretamente nas margens da empresa, que começam a ser pressionadas.”

Nesse cenário, Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, aponta a diversificação geográfica como um dos pontos-chave para que a empresa consiga uma “virada de ciclo” em 2024. 

Já Fernandes não vê perspectivas favoráveis, justamente “devido a essa possível inversão de ciclo na arroba do boi aqui no Brasil, e um ambiente mais incerto na América Latina com trocas de governos“. 

Enquanto isso, na concorrência

Do setor, a maior alta é de BRF, que já sobe mais de 80% em 2023. Mas Nicolas, da Esh Capital, aponta que BRF, diz que a ação “performa pior num prazo mais longo”, pois a empresa “não consegue sustentar três resultados bons”. 

Enquanto isso, Marfrig tem alta acumulada de mais de 17% em 2023 até agora, com investidores avaliando positivamente a venda de ativos para Minerva, especialmente por expectativas de melhora no endividamento. “Mas o mercado está cético com o cenário de 2024 com o ciclo de bovinos nos Estados Unidos”, diz Nicolas. 

Frigorífico da Marfrig em Promissão (SP) 07/10/2011 REUTERS/Paulo Whitaker

Quanto à JBS, ele diz que “é uma tese um pouco diferente” e “estável”. “É mais diversificada globalmente, e o investidor pode ter menos surpresas negativas de queda de receita e rentabilidade”, diz o analista da Esh, que é acionista de JBS. A ação da companhia acumula alta de mais de 11% no ano até agora.

Fernandes, da A7 Capital, comenta que Marfrig e JBS têm motivos em comum para a alta recente de seus papéis. “Muito se dá pela perspectiva do mercado quanto a melhora de margens dessas empresas no mercado americano, onde está concentrada a maior parte da receita delas”. 

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/financas/onde-investir-decimo-terceiro-2023/Thu, 30 Nov 2023 07:00:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=5396141ª parcela do 13º salário deve ser paga até esta quinta; onde investir?

A primeira parcela do décimo terceiro salário deve ser paga pelos empregadores atéesta quinta-feira (30). O benefício é concedido a todos os trabalhadores com carteira assinada sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Analistas ouvidos pelo Pesca Feliz deram dicas sobre o que fazer e onde investir este dinheiro.

Também chamado de gratificação natalina, o salário “extra” é pago em duas parcelas anuais, recebidas até o final do ano. A primeira parcela do 13º possui valor bruto (sem descontos), enquanto que a segunda costuma ser recebida pouco antes do Natal e é líquida (com descontos).

Em 2022, pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que 35,7% dos que receberiam o benefício pretendiam utilizá-lo nas compras de Natal, enquanto 28,7% optaram por economizar ou investir.

Reprodução Tribunal Superior do Trabalho

Tendo em vista o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro, confira a seguir sugestões de especialistas sobre como gastar ou investir o dinheiro.

Quando deve ser pago o 13º salário em 2023?

Para trabalhadores, a primeira parcela do décimo terceiro em 2023 deve ser paga até o dia 30 de novembro. Já a segunda parcela deve cair até 20 de dezembro.

Para os aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o pagamento do décimo terceiro salário foi adiantado em 2023. O benefício foi pago entre maio e julho.

O que fazer com a primeira parcela do 13º?

Imagem de Joel santana Joelfotos/Pixabay

Segundo João Bertelli, planejador financeiro e sócio da A7 Capital, a primeira parcela do décimo terceiro salário pode ser uma oportunidade para o trabalhador organizar as finanças, fazer investimentos ou iniciar projetos pessoais. Uma dica é utilizar uma planilha de gastos pessoais mensais para fazer seu planejamento financeiro. 

O especialista ressalta que a melhor forma de utilizar o recurso varia conforme a realidade e momento financeiro de cada um.

“O trabalhador pode pagar dívidas, antecipar parcelas de financiamentos, criar ou reforçar sua reserva de emergência, fazer investimentos de médio ou longo prazo ou então realizar algum projeto, como uma viagem de final de ano”, exemplifica Bertelli.

Confira abaixo opções sobre o que fazer com a primeira parcela do décimo terceiro, segundo especialistas ouvidos pelo Pesca Feliz.

1 – Quitar dívidas

Para quem tem dívidas, a recomendação do especialista é primeiro focar em quitá-las para depois investir. Ele explica que o retorno de um investimento dificilmente será maior que os juros de um empréstimo ou financiamento, que costumam ser altos.

“O efeito dos juros compostos em dívidas pode ser perverso no longo prazo. Dívidas do cartão de crédito e cheque especial devem ser priorizadas no momento da quitação, já que costumam ter juros mais altos que outros empréstimos”.

João Bertelli, planejador financeiro e sócio da A7 Capital.

André Sandri, sócio da AVG Capital e fundador do EDUCA$ também reforça que, antes de qualquer coisa, se o trabalhador tem dívidas pendentes, deve considerar quitá-las. 

“Começar o ano sem pendências financeiras é revigorante e abre espaço para novos planos. E aqui vai uma dica: muitas vezes, renegociar dívidas pode garantir descontos incríveis. Plataformas como Serasa Limpa Nome oferecem reduções que podem chegar a 90%”, aponta Sandri. 

2 – Montar a reserva de emergência

Outra opção, segundo o sócio da AVG Capital, é aproveitar o recurso extra para iniciar ou incrementar sua reserva de emergência. “Nunca é tarde para começar (ou incrementar) uma reserva. Imprevistos acontecem e estar preparado é essencial. Se ainda não tem, considere iniciar essa reserva com parte do seu 13º”, aconselha.

3 – Fazer as compras de final de ano

Sandri também lembra que, com tantos gastos à vista e muitas tentações ao redor, é fundamental planejar bem o uso do dinheiro extra. O trabalhador pode fazer suas compras, desde que de maneira organizada.

“Em dezembro e janeiro, as despesas se acumulam: presentes, viagens, impostos e matrículas escolares, só para citar alguns. E é justamente nesse cenário que o 13º salário surge como um alívio”, aponta Sandri. 

Ele ressalta que é importante se programar para poder presentear e celebrar as festas. “Estabeleça um valor máximo para gastos festivos e presentes, evitando assim surpresas desagradáveis no cartão de crédito”, alerta o fundador da EDUCA$.

4 – Poupar para os gastos do início do próximo ano

Sandri aconselha que o trabalhador organize seus gastos, categorize suas despesas e veja onde é possível economizar. “Aproveite essa época de reflexão para planejar um 2024 mais saudável financeiramente”.

Outra dica do especialista é se preparar para as contas de janeiro. IPVA, IPTU e gastos escolares são certos e, com planejamento, não há surpresas.

Sandri acrescenta que, no fim das contas, a melhor maneira de aproveitar o 13º salário é entender primeiramente seus objetivos. 

“Independentemente de como escolher usar, lembre-se de fazê-lo com consciência e planejamento. Assim, você garante que este dinheiro extra trará benefícios reais para sua vida”, conclui Sandri. 

Por que investir o décimo terceiro salário?

Além das opções citadas, também é possível aplicar o recurso em aplicações financeiras. Investir a primeira parcela do 13º é boa opção, dizem os especialistas, contanto que as finanças já estejam organizadas.

Bertelli comenta que investir é um bom caminho se as dívidas estiverem sob controle e o trabalhador já possuir uma reserva de emergência. 

Segundo ele, o trabalhador tem a possibilidade de fazer seu dinheiro crescer no médio e longo prazo, permitindo que se proteja da inflação, aproveite o poder dos juros compostos e tenha mais capacidade de realizar objetivos financeiros no futuro. Lembrando que o investidor deve buscar investimentos compatíveis com seu perfil de risco e objetivos financeiros. 

Onde investir o 13º salário?

Bertelli aponta que a decisão depende do perfil de risco do investidor, seus objetivos financeiros e prazo em que pretende manter o recurso investido. 

“Narenda fixa, o investidor terá retornos mais seguros e previsíveis e pode aproveitar o momento atual, em que os juros ainda estão altos (Selic em 12,25% ao ano). Já a renda variável pode oferecer um potencial maior de retorno, com a contrapartida de maiores riscos e volatilidade”, afirma Bertelli.

Sandri reforça que investir a primeira parcela do 13º salário pode ser uma excelente estratégia para aumentar suas economias. De acordo com ele, para construir uma reserva de emergência, o Tesouro Selic é boa opção de baixo risco e que oferece liquidez, permitindo resgatar o dinheiro quando precisar.

“Para quem é mais conservador e está montando uma reserva de emergência, o ideal é a renda fixa. O Tesouro Direto que é uma escolha segura, oferecendo títulos como o Tesouro Selic para liquidez ou Tesouro IPCA para proteção contra a inflação. CDBs (Certificados de Depósito Bancários), especialmente com rendimentos acima do CDI, também são boas opções para diversificar”, aponta Sandri.

Para o sócio da AVG Capital, na renda variável, é possível considerarfundos de investimento,especialmente fundos de índice (ETFs), que oferecem diversificação e são uma forma prática de investir na bolsa de valores. 

“Para quem tem um perfil mais arrojado, ações de empresas com bom histórico de dividendos ou crescimento podem ser interessantes, mas é essencial uma pesquisa cuidadosa antes”.

André Sandri, sócio da AVG Capital e fundador do EDUCA$.

Sandri reforça que cada opção tem seus próprios riscos e benefícios e, por isso, é importante que o investidor avalie objetivos e horizonte de investimento antes de tomar uma decisão.

*Este conteúdo é de cunho jornalístico e não representa recomendação de quaisquer investimentos. Antes de investir, consulte um profissional.*

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/financas/aprovada-tributacao-de-fundos-exclusivos-e-offshores-texto-vai-a-sancao/Wed, 29 Nov 2023 21:14:53 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541878Aprovada tributação de fundos exclusivos e offshores; texto vai à sanção

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (29) projeto que trata da tributação de fundos exclusivos e de offshores, enviando para sanção presidencial uma medida considerada prioritária pelo governo em um momento de esforço fiscal para cumprir a meta de déficit primário zero em 2024.

O texto estabelece diretrizes para a tributação de aplicações em fundos de investimento no país e da renda auferida por pessoas físicas residentes no Brasil em aplicações financeiras, entidades controladas e trusts no exterior.

Também incorpora disposições e consolida normas já existentes sobre a tributação de rendimentos de aplicações em fundos de investimento no país, além de aprimorar a legislação.

A expectativa do governo é que a tributação de fundos fechados possa resultar em arrecadação de R$ 13,3 bilhões, e a de offshores em mais R$ 7 bilhões, em 2024.

Plenário do Senado 03/03/2021 REUTERS/Adriano Machado

A proposta estabelece uma alíquota de 15% para os fundos no exterior. Os fundos exclusivos de curto prazo terão uma alíquota de 20% e os de longo prazo, de 15%.

Além disso, no caso dos fundos exclusivos, os parlamentares definiram uma alíquota de 8% para o contribuinte que optar por antecipar o pagamento do Imposto de Renda sobre os rendimentos acumulados dos fundos até 31 de dezembro de 2023. O governo havia proposto uma taxa de 10%.

Pela legislação atual, os fundos de alta renda, tanto no exterior quanto no Brasil, só são tributados quando os detentores retiram seus lucros, o chamado “resgate”, o que pode levar anos ou nunca acontecer. Com o projeto, esses fundos exclusivos passarão a ser taxados semestralmente, no sistema chamado de “come-cotas”, e os offshore, uma vez por ano, o que levará a um aumento da arrecadação federal.

Como eraComo será
Cobrança de IRPF apenas no momento do resgate15% sobre o lucro anual das offshore
15% fundos exclusivos de longo prazo
20% fundos exclusivo de curto prazo
Não havia antecipação do IRCome-cotas para fundos exclusivos (maio e novembro)
Sem norma estabelecida para TrustsRegulamentação dos Trusts

Os fundos exclusivos recebem esse nome por serem fechados e terem apenas um cotista, diferentemente dos fundos tradicionais do mercado, abertos a diversos cotistas. Essa modalidade, que prevê um portfólio muito mais personalizado, é direcionada a investidores com patrimônio elevado.

Segundo estimativas do governo federal, há cerca de 2,5 mil brasileiros com recursos aplicados nos fundos exclusivos, acumulando juntos R$ 756,8 bilhões em patrimônio e respondendo por 12,3% dos fundos no país. Isso aponta que a taxação atinge uma ‘minoria da minoria’.

Estima-se que os investidores desse tipo de fundo devam ter patrimônio mínimo de R$ 10 milhões, já que os custos de manutenção podem somar R$ 150 mil por ano. Por isso, esses investimentos são conhecidos como fundos dos super-ricos.

Com Reuters e Estadão

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/negocios/fusao-com-vibra-seria-benefica-para-eneva-aponta-fitch-ratings/Wed, 29 Nov 2023 19:11:12 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541784Fusão com Vibra seria benéfica para Eneva, aponta Fitch Ratings

AVibra(VBBR3) jogou “água no chop” da Eneva(ENEV3) ao recusar a proposta de fusão das empresas, justificando que os termos propostos não eram atrativos para seus acionistas. Isso porque o valor de mercado das companhias não é o mesmo e a proposta avaliava ambas de forma igual em uma troca de ações. Não se descarta, agora, aprofundar as negociações, em especial sobre o modelo de governança com a nova estrutura, caso se concretize.

A questão é que, segundo a agência de classificação de risco Fitch Ratings, uma fusão entre as companhias melhoraria o perfil de crédito da Eneva, uma vez que a alavancagem líquida (nível de endividamento) atual da empresa é de 4,8 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, amortização e depreciação), mas passaria para 3,6 vezes.

Crédito: Adobe Stock

A agência também apontou que uma eventual nova empresa traria mais robustez à avaliação da Eneva, uma vez que teria uma base de negócios significativamente maior e mais diversificada, além de contar com a incorporação do balanço da Vibra.

Ainda segundo a Fitch, uma eventual combinação de negócios entre Vibra e Eneva formaria uma companhia com Ebitda de R$ 7,6 bilhões, com margem de 4,4%. 

Grupo Ultra seria ‘bom candidato’

A constatação da agência foi levantada antes mesmo pelos acionistas da Vibra e, por isso, as tratativas recuaram. Mas analistas não descartam a possibilidade de que as negociações entre as companhias continuem, mas sob novos moldes. Caso contrário, um novo ativo pode ocupar o lugar da discussão. E o Grupo Ultra(UGPA3) pode ser um bom candidato, na avaliação da L4 Capital. 

“Se não vier Vibra, de repente o grupo Ultra pode ser alvo de uma junção com a Eneva, uma vez que o portfólio faz sentido, o grupo tem muito gás, gostaria de ter fornecimento e crescer em energia. Há sinergias interessantes e um valuation parecido com o da Vibra”.

Hugo Queiroz, da l4 capital.

Nesta quarta-feira (29), o valor de mercado do Grupo Ultra é de R$ 27,5 bilhões, enquanto a Vibra é avaliada em R$ 26,2 bilhões, contra R$ 19,6 bilhões da Eneva.

No entanto, Queiroz avalia que devem ocorrer novas rodadas de conversa sobre a possível fusão de Vibra com Eneva e que parâmetros como geração de caixa, endividamento em relação a margens e crescimento vão ser incorporados na discussão. Ele acredita que a avaliação dos ativos de forma igual “não vai existir”.

Ruy Hungria, da Empiricus Research, corrobora com a tese. Ele aponta que a relação de troca parecia desajustada pelo fato da Eneva valer cerca de 20% menos que a Vibra.

“Isso não quer dizer que as chances de uma fusão acabaram, mas além de tentar convencer a Vibra sobre as vantagens da fusão, tudo indica que a Eneva terá de propor uma relação de troca na qual terminaria com uma fatia menor do que 50% da companhia resultante se quiser ter sua proposta aceita”. 

Ruy Hungria, da  Empiricus Research.

Para que o negócio dê certo, não é descartado um aporte adicional, provavelmente da Eneva, e como recurso pode ser utilizado inclusive as térmicas do BTG Pactual(BPAC11) – acionista de referência – como complemento, fazendo com que o banco de André Esteves cave um ganho de participação maior na nova companhia, segundo a L4 Capital.

Sobre este ponto, o CEO da Squadra, Guilherme Aché (que detém 4% do capital da Vibra), disse ao “Brazil Journal”, antes da recusa oficial da companhia, que não faz sentido para a empresa combinada absorver as quatro térmicas do BTG como o banco propôs. “Como acionista da Vibra, não quero comprar térmicas a valor de laudo, muito menos movidas a óleo”, afirmou ao site.

Adobe Stock

Aché apontou ainda que os ativos da Vibra eram os grandes viabilizadores da proposta, e por isso, brigaria contra o negócio, já que a empresa estava pagando um prêmio para ser comprada, o que era “genial”. Mas ele foi irônico, uma vez que a Eneva, segundo ele, estaria usando o balanço da Vibra para se desalavancar – como apontado hoje pela Fitch.

Leitura do mercado

Queiroz, da L4 Capital, reitera que ao olhar os ativos, “Vibra é melhor do que Eneva”. “Tem fatores de qualidade melhores, e os sócios sabendo disso, vão apertar mais em benefício deles, como a própria Squadra e Dínamo”.

Em fato relevante na noite de terça-feira (28), a Vibra disse que seu conselho está cumprindo com os deveres fiduciários e zelando pelo interesse dos acionistas, atenta a uma eventual nova manifestação da Eneva, “caso seja de seu interesse melhorar significativamente os termos apresentados”.

Apesar da queda dos papéis no pregão de segunda-feira (27), nesta quarta-feira (29) eles operavam em alta, com VBBR3 acumulando alta de 2,8% às 13h50, cotada a R$ 22,47, e ENEV3 operando 0,8% acima do fechamento do dia anterior, a R$ 12,45. Para o mercado, os números apontam que o recuo na oferta faz sentido. 

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/economia/bofa-lista-perspectivas-para-a-economia-global-em-2024-veja-5-destaques/Wed, 29 Nov 2023 10:00:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541674BofA lista perspectivas para a economia global em 2024; veja 5 destaques

A menos de um mês para o Natal e faltando apenas cinco semanas para o fim de 2023, as previsões de Ano Novo entraram em cena. Enquanto especialistas fazem as contas para projetar a pontuação do Ibovespa,já perto da máxima histórica, instituições financeiras já deram a largada nas previsões para o que deve ser destaque no mercado financeiro em 2024.

Pensando nisso, a equipe global de pesquisa do Bank of America (BofA) preparou uma lista com as principais perspectivas para a economia global. O destaque fica com a expectativa de cortes nas taxas de juros nas economias desenvolvidas, em um movimento encabeçado pelo Federal Reserve e o Banco Central Europeu (BCE). Já o Brasil ficou de fora da lista.

Japão (Foto: Sofia Terzoni por Pixabay)
Inflação no Japão é um dos destaques do BofA para 2024. (Foto: Sofia Terzoni/Pixabay)

Ainda assim, o BofA afirma que o alívio monetário é positivo para os ativos emergentes. Isso pode beneficiar a bolsa brasileira, que tende a pegar carona nas demais previsões do banco americano, de valorização de 10% do índice acionário S&P, da bolsa de Nova York, e preço médio de US$ 90 para o barril do petróleo tipo Brent, a referência global. 

Outros temas em destaque são: inflação no Japão; incerteza política – afinal, 2024 é ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos; tensão geopolítica e endividamento elevado do governo americano, em meio a gastos com defesa. Somados, são 10 grandes temas. Confira, abaixo, os cinco principais tópicos da lista de investimento temático do BofA, selecionados pelo Pesca Feliz:

1 – Inflação menor, PIB modesto e pivô dos BCs

O economista global do BofA, Claudio Irigoyen, prevê que a inflação irá diminuir gradualmente em todo o mundo, ao passo que o crescimento econômico irá desacelerar apenas modestamente. Com isso, Fed e BCE devem começar a cortar os juros em junho, com a taxa nos Estados Unidos caindo até o intervalo entre 4,50% e 4,75% em dezembro. 

Com isso, pode haver uma redução total de 1 ponto percentual (p.p.) no custo do empréstimo pelo Fed em apenas seis meses. Ainda nos números, a previsão é de alta global de 3,1% do índice de preços ao consumidor em 2024, e aumento de 4,2% em 2023. O banco prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve recuar de 3,0% para 2,8% entre este ano e o próximo. 

2 – Susto nos mercados

O estrategista de investimentos do BofA, Michael Hartnett, acredita que o mercado de baixa (bear market) provavelmente não terminará até que o trio formado por crédito, petróleo e consumidores escape por um triz de uma “aterrissagem brusca”. Até por isso, o BofA prefere rendimento (yield) de qualidade, com as taxas e emissões desafiando em 2024.

Com isso, apenas a ameaça de um iminente pouso forçado no mercado de crédito, na cotação do petróleo e na confiança do consumidor é que deve desencadear um movimento de pânico, o que, por sua vez, deve propiciar um mercado de alta (bull market) em títulos e metais preciosos. 

3 – 10% para o S&P 500

Ainda assim, a estrategista de ações do BofA, Savita Subramanian, encontra razões para ser otimista no mercado acionário, em especial com Wall Street. Para ela, o índice S&P 500 deve alcançar a marca simbólica de 5 mil pontos ao final de 2024, o que representa uma valorização ao redor de 10%. 

“Estamos otimistas não porque esperamos que o Fed faça cortes, mas pelo que o Fed realizou (em termos de cortes”, afirma a estrategista de ações do BofA, Savita Subramanian, em relatório. 

Para ela, as empresas americanas se adaptaram às taxas mais elevadas de juros e de inflação. Por isso, a escolha do BofA inclui os papéis cíclicos, de modo a aproveitar o momento econômico, de queda dos juros e crescimento moderado. 

O banco prevê que os mercados acionários na Europa devem cair no primeiro semestre de 2024 e, então, engatar uma recuperação na segunda metade do próximo ano. 

4 – Petróleo a US$ 90

O estrategista de commodities do BofA, Francisco Blanch, estima que o barril do petróleo tipo Brent, a referência global, tenha em média um preço de US$ 90. Embora o aumento da demanda pela commodity em 2024 seja mais lento, os países exportadores da Opep+ devem cortar ainda mais a produção, pois a questão geopolítica é um risco ascendente.  

Ou seja, o BofA alerta que o abastecimento de matérias-primas e recursos básicos, em especial do petróleo, está em risco, caso as tensões militares ou econômicas regionais aumentem. Entre os pontos de conflito, o banco cita o Oriente Médio

Já entre os metais, enquanto as taxas de juros mais baixas devem impulsionar o preço do precioso ouro, a reposição de estoques deve impulsionar o preço dos principais metais básicos industriais, com o cobre podendo atingir US$ 10,5 mil por tonelada e o alumínio indo a US$ 3 mil a tonelada.  

5 – Mercados emergentes

Para não dizer que o BofA não falou em mercados emergentes, um dos tópicos destacados na lista de investimentos temáticos é exatamente a perspectiva positiva para os ativos mais arriscados. Essa previsão decorre do cenário de cortes nos juros nas economias desenvolvidas e com o dólar deixando o pico, depois de alcançá-lo no início de 2024.

“Isto deverá ser positivo para os mercados emergentes e as small caps, entre outros ativos da região, que também devem se beneficiar da estabilização do crescimento na China”, comenta David Hauner, estrategista global de mercados emergentes do BofA, em relatório

Segundo ele, os mercados emergentes têm um ano de alta pela frente. Afinal, o ano em que o Fed inicia sua flexibilização monetária deverá ser positivo para os ativos de maior risco, sendo que esta fase inicial do ciclo geralmente é responsável por 80% dos retornos desses mercados ao longo dos cortes. A conferir.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/cafeina/o-que-aconteceria-se-nao-existisse-o-banco-central/Wed, 29 Nov 2023 09:15:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541645O que aconteceria se não existisse o Banco Central?

A corrida eleitoral na Argentina expôs as ideias dos candidatos à presidência para uma população que colhe não é de hoje uma inflação galopante e um câmbio desvalorizado, o que compromete até a compra de alimentos. E como uma das “formas” de extirpar os males que a economia argentina vem sofrendo, Javier Milei, que venceu a disputa pela Casa Rosada, prometeu acabar com o Banco Central do país.

A ideia – que para grande parte dos economistas beira a loucura, uma vez que não teria mais uma instituição reguladora do mercado – na prática já é utilizada em alguns poucos países que não têm um Banco Central para chamar de seu.

O Panamá é um exemplo, país que inclusive utiliza o dólar como moeda oficial – mais uma das promessas de Milei ao querer dolarizar a Argentina. No entanto, a inflação do país que liga a América Central a do Sul, tem caído aos longo dos anos. Logo, será possível que esse feito aconteça no país de Leonel Messi?

Assista ao Cafeína, apresentado por Dony De Nuccio, e entenda o cenário.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/geral/morre-charlie-munger-socio-de-warren-buffett/Wed, 29 Nov 2023 00:17:10 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541676Morre aos 99 anos Charlie Munger, sócio de Warren Buffett

Charlie Munger, o braço-direito de Warren Buffett e vice-presidente da Berkshire Hathaway, morreu nesta terça-feira (28), segundo comunicou a holding.

Munger tinha 99 anos e completaria 100 anos em 1º de janeiro. Ele faleceu pacificamente em um hospital da Califórnia, conforme informado pela Berkshire. A causa não foi divulgada.

“A Berkshire Hathaway não teria alcançado seu status atual sem a inspiração, sabedoria e participação de Charlie”, disse Buffett, presidente do conselho e CEO da Berkshire, em comunicado.

Charlie Munger
Charlie Munger

Munger foi vice-presidente do conselho da Berkshire desde 1978, trabalhando em estreita colaboração com Buffett na alocação de capital do conglomerado sediado em Omaha, Nebraska, e sendo rápido em apontar quando ele cometia um erro.

“É um choque”, disse Thomas Russo, sócio da Gardner Russo & Quinn em Lancaster, Pensilvânia, um acionista de longa data da Berkshire. “Deixará um grande vazio para os investidores que moldaram pensamentos, palavras e atividades em torno de Munger e suas ideias.”

A morte de Munger ocorre uma semana após Buffett doar cerca de US$ 866 milhões em ações da Berkshire para quatro instituições de caridade de sua família, e afirmar aos acionistas que se sentia “bem”, à medida que se aproxima do fim de sua ilustre carreira de investimento.

Nenhum parceiro de negócios jamais desempenhou um papel secundário melhor do que Charlie Munger. Amigo mais próximo e conselheiro de Warren Buffett durante seis décadas, o bilionário cedia espaço a Buffett nas reuniões anuais da Berkshire, deixando o presidente da empresa monopolizar o microfone e os holofotes. 

Munger rotineiramente fazia a multidão rir, resmungando: “Não tenho nada a acrescentar”.

Em particular, era Buffett quem frequentemente cedia a Munger. Em 1971, Munger o convenceu a comprar a See’s Candy Shops por um preço equivalente a três vezes o patrimônio líquido das lojas de chocolates – um “preço extravagante”, lembrou Buffett mais tarde, muito mais alto do que ele estava acostumado a pagar pelas empresas.

A See’s geraria cerca de US$ 2 bilhões em lucros acumulados para a Berkshire nas próximas décadas. Como escreveu Buffett em 2015: “Esta compra pôs fim à minha busca por investimentos ‘de bituca de charuto’ – empresas medíocres a preços ‘de pechincha’ – e colocou-me na busca de negócios esplêndidos que vendem a preços razoáveis”. Ele acrescentou: “Charlie vinha recomendando esse curso há alguns anos, mas eu aprendia devagar”.

Warren Buffett e Charlie Munger – REUTERS/Scott Morgan

Buffett apelidou Munger de “abominável ninguém” pela sua ferocidade em rejeitar potenciais investimentos, incluindo alguns que Buffett poderia ter feito de outra forma. Mas Munger, que era fascinado por engenharia e tecnologia, também levou Buffett, com fobia tecnológica, a grandes apostas na BYD, um fabricante chinês de baterias e veículos eléctricos, e na Iscar, um fabricante israelenses de peças para carros.

Munger foi um investidor brilhante por mérito próprio. Começou a gerir parcerias de investimento em 1962. Desde então até 1969, o índice S&P 500 ganhou uma média anual de 5,6%. As parcerias de Buffett retornaram em média 24,3% ao ano. O de Munger teve um desempenho ainda melhor, com ganhos médios anualizados de 24,4%.

Enquanto transformava a Berkshire numa holding de seguros e outras empresas, Buffett continuou à procura de negócios medíocres a preços de pechincha. Em vez disso, Munger concentrou-se em grandes empresas a preços aceitáveis, considerando que a sua capacidade de produzir dinheiro no futuro mais do que compensaria o pagamento antecipado de um preço premium.

Ao longo de anos de discussão, Munger convenceu seu parceiro a mudar. “Fui tremendamente moldado por Charlie”, disse Buffett em 1988. “Cara, se eu tivesse ouvido apenas Ben Graham, algum dia seria muito mais pobre.”

Em 2015, Buffett escreveu que Munger lhe ensinou: “Esqueça o que você sabe sobre comprar negócios justos a preços maravilhosos; em vez disso, compre negócios maravilhosos a preços justos”.

A Berkshire foi construída de acordo com o modelo de Charlie”

warren buffett

Charles Thomas Munger nasceu em Omaha, Nebraska, no dia de Ano Novo de 1924. Seu pai, Alfred, era advogado; sua mãe, Florence, era dona de casa e leitora ávida.

Munger formou-se em matemática na Universidade de Michigan e depois deixou a escola para se alistar no Corpo Aéreo do Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial.

Após a guerra, Munger convenceu um reitor da Faculdade de Direito de Harvard a admiti-lo sem diploma universitário. Ele se formou magna cum laude.

Os dois homens que dirigiriam a Berkshire Hathaway se conheceram em 1959, quando Munger, que já havia se mudado para Los Angeles, foi a um jantar em sua cidade natal, ao qual Buffett também compareceu. Eles se deram bem instantaneamente e em pouco tempo se tornaram inseparáveis, muitas vezes conversando por telefone várias vezes ao dia.

Com Estadão e Reuters

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/negocios/duvida-sobre-relacao-de-brasil-e-argentina-nao-afeta-mercado-livre/Tue, 28 Nov 2023 15:37:43 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541611Após eleição de Milei, Mercado Livre ultrapassa índices nos EUA e no Brasil

Quase dez dias depois da eleição de Javei Milei como presidente da Argentina, após a euforia inicial, o mercado financeiro do país agora tenta entender com mais detalhes quais são os rumos da economia e das empresas locais. Nesse contexto, um dos destaques é o Mercado Livre.

Em Wall Street, a ação MELI acumula alta de mais de 29% em novembro, contra 11,18% do índice Nasdaq no mesmo período. No Brasil, o papel MELI34 já tem avanço de mais de 24%, contra 10% do Ibovespa.

Para especialistas, a varejista argentina deve se beneficiar do bom humor do mercado enquanto a força das vendas no Brasil se mantêm firmes, ainda que haja alguma incerteza em torno das relações políticas.

O resultado da eleição na Argentina tem repercutido positivamente também no mercado financeiro local, com o índice Merval já acumulando alta de mais de 40% neste mês. No caso de Mercado Livre, o otimismo é alimentado também pelo desempenho positivo na Black Friday.

Galpão logístico do Mercado Livre. São Paulo. Divulgação/REUTERS.

“O fim da disputa presidencial na Argentina trouxe um resultado positivo para os ativos de risco do país vizinho: o índice Merval chegou a subir 20% na (última) terça-feira. Ou seja, o impacto foi generalizado devido à melhora da percepção do mercado em relação ao ambiente de negócios como um todo. O discurso liberal do candidato recém-eleito agradou”, comenta Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.

Outro ponto que tem sido apontado como determinante para as perspectivas de Mercado Livre é ocâmbio. “O impacto negativo da desvalorização do peso argentino para o EBIT (lucro operacional) do MELI é bem relevante, por isso, a possibilidade de uma valorização da moeda argentina seria bem positiva para o ativo”, explica Caroline Sanchez, analista da LVNT Corp. 

“Desde os resultados do 2º trimestre de 2023, a empresa prevê um resultado negativo de 15% do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) por causa da desvalorização do peso”, complementa João Lucas Tonello, analista de Investimentos da Benndorf Research. 

REUTERS/Agustin Marcarian

Uma das propostas de Milei para a área econômica é dolarizar a Argentina – algo muito difícil de ser colocado em prática, segundo especialistas, mas que já traz perspectivas de mudanças na difícil realidade cambial argentina

Sanchez pondera, porém, que ainda é cedo para prever de forma exata o que deve acontecer com os resultados da empresa diante da nova realidade econômica proposta pelo presidente eleito. “Não é possível prever com precisão os impactos no comportamento do consumidor argentino e o impacto das medidas que o Milei deve implementar na economia do país.”

Mercado Livre e Brasil 

O mercado brasileiro representa a fatia mais importante do faturamento da empresa argentina. No terceiro trimestre de 2023, a receita líquida do Mercado Livre no Brasil superou os US$ 2 bilhões – bem acima de Argentina (US$ 825 milhões), México (US$ 722) e outros países (US$ 157 milhões). 

Enquanto isso, as relações políticas entre os dois países se tornaram alvo de dúvidas. Dois dias depois da eleição de Javier Milei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que haverá “problemas políticos na América do Sul”. 

“Vamos ter problemas políticos na América do Sul e em vez de reclamar dos problemas políticos temos que ser inteligentes e tentar resolver, tentar conversar e tentar convencer democraticamente na adversidade”, afirmou em um discurso durante a formatura de diplomatas no Itamaraty.

Antes, logo após a eleição, Lula havia elogiado a Argentina pela realização do processo eleitoral, mas não cumprimentou diretamente o vencedor. Milei, por sua vez, disse durante a campanha que não iria mais negociar com o Brasil e nem falar com Lula, a quem chamou de “ladrão”, “corrupto” e “comunista raivoso”. 

Brasília (DF), 07/11/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a abertura do 6º Brasil Investment Forum (BIF 2023), no Palácio Itamaraty. O evento reúne ministros e representantes do setor empresarial para discutir as oportunidades no Brasil para investidores estrangeiros. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Brasília (DF), 07/11/2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento no Palácio Itamaraty. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Nos últimos dias, porém, o tom vem sendo amenizado. A principal conselheira de política externa de Milei, Diana Mondino, teve uma reunião com o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, no domingo (26).

Ela convidou o presidente Lula para a posse de Milei em 10 de dezembro. “Creio que a principal mensagem é que somos países irmãos, e vamos seguir sendo”, disse Mondino a jornalistas após a reunião.

De qualquer forma, o assunto segue sendo alvo de atenção entre os especialistas. “Claro que as falas do Milei sobre a possibilidade de cortar relações com alguns países como a China e o Brasil fazem acender um sinal de alerta”, diz Sanchez, da LVNT Corp. No entanto, ela é cética quando a essa possibilidade. 

De janeiro a outubro de 2023, a Argentina representou 5,27% das vendas externas brasileiras. Com um saldo superavitário de mais de US$ 4,7 bilhões na balança comercial do Brasil no acumulado deste ano, a Argentina ocupa a 3ª posição no ranking de exportações e o 4º no de importações do país. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Assim, mesmo com as incertezas políticas, a expectativa é de pouco impacto nas relações econômicas – e, consequentemente, para empresas como Mercado Livre.

“O que deve ocorrer é um afastamento diplomático, assim como aconteceu entre o atual presidente argentino Alberto Fernández e o ex-presidente Jair Bolsonaro, de modo que não deve trazer prejuízos comerciais. A complementaridade econômica entre os dois países indica que há um alto potencial de cooperação entre eles.”

Caroline Sanchez, Analista CNPI da LVNT Corp

Na mesma linha, Petrokas, da Quantzed, acredita que a “a operação do Mercado Livre não deve ser afetada por conta do resultado das eleições”, já que, “ainda que o presidente do Brasil não seja um aliado político de Javier Milei, não há motivos para imaginar algum tipo de retaliação ou mudança nos rumos da empresa”.

Mercado Livre
Escritórios do Mercado Livre em São Paulo (SP) 10/07/2017 REUTERS/Nacho Doce

“O Mercado Livre é um dos principais players do e-commerce no Brasil, emprega muitos colaboradores brasileiros e recolhe impostos dentro do território brasileiro normalmente”, diz ele, apontando que “os investidores devem observar o guidance da empresa, os números divulgados e os fatos relevantes, não havendo, a priori, nenhum risco para a empresa”. 

Tonello, da Benndorf, chama a atenção para o alinhamento entre a operação do Mercado Livre e as prioridades defendidas pelo novo presidente. “Milei vê a geração de lucro e diminuição de custo do Estado como solução para os problemas econômicos vividos na Argentina. Assim sendo, visto que Brasil e México são recordes do 2º trimestre da companhia, a operação não terá grandes alterações”.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/financas/indice-de-bdrs-supera-retorno-do-ibovespa-no-ano-coinbase-lidera-podio/Tue, 28 Nov 2023 09:00:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541511Índice de BDRs supera retorno do Ibovespa no ano; Coinbase lidera pódio

O índice que reúne os principaisBDRs (Brazilian Depositary Receipts, ou recibos de ações listadas no exterior) vem superando, no acumulado de 2023, o desempenho do Ibovespa – referência em ações listadas na B3. O levantamento foi feito pelo consultor independente Einar Rivero.

No ano até o dia 24 de novembro, o BDRxentregou valorização de 22,65%, acima dos 14,38% do Ibovespa em igual período. O índice BDRx ficou no negativo por quatro meses. O pior desempenho foi registrado em dezembro de 2022, com desvalorização de 4,21%.

O mês de novembro vem sendo, na parcial da amostra, o melhor para o desempenho dos BDRs listados na B3 desde novembro do ano passado, com uma valorização de 6,3%. No mesmo período do ano anterior, o BDRx valorizou 7,1%.

Maiores altas do BDRx

Dos 139 BDRs que compõem o índice, aparecem no topo os papéis da maior plataforma cripto do mundo, Coinbase(C2OI34), e da fabricante de componentes tecnológicos Nvidia(NVDC34), ambas empresas com alta superior a 200%.

As ações da Coinbase alcançaram o maior patamar desde maio de 2022 nos últimos dias. Após um crash motivado por investigações da SEC (a CVM do mercado americano) envolvendo uso de informação privilegiada, os papéis da companhia passaram a subir a partir de julho.

Coinbase e dona do Mercado Bitcoin 2TM desistem de fusão, dizem fontes
Coinbase compra bolsa de futuros de criptomoedas e planeja vender derivativos nos EUA 14/04/2021 REUTERS/Shannon Stapleton

O embalo da ação veio principalmente após a notícia de que a Cboe Global Markets atuava junto à plataforma para lançar um ETF (fundo de índice) de bitcoin(BTC). A corretora foi designada como fiscal contra fraudes envolvendo o produto.

Já a valorização da Nvidia acompanha o momento favorável vivido por papéis ligados a inteligência artificial. Com forte demanda por seus componentes, a desenvolvedora de chips reportou fortes números, com lucro acima do esperado no terceiro trimestre e perspectivas de crescimento à frente, o que vem alimentando a alta dos papéis.

Os recibos de ações da Meta, Spotify e Uber aparecem na sequência dos melhores desempenho do BDRx no acumulado de 2023, com valorização superior a 100% (veja abaixo os melhores desempenhos no ano até 27 de novembro).

10 BDRs com melhor desempenho em 2023*

AtivoRetorno acumulado
Coinbase (C2OI34)214,61%
Nvidia (NVDC34)209,21%
Meta Platforms (FBOK34)159,36%
Spotify (S1PO34)117,16%
Uber Technologies (U1BE34)108,80%
Shopify (S2HO34)95,45%
New Oriental Education Tech (E1DU34)91,26%
Tesla (TSLA34)78,23%
AMD (A1MD34)76,88%
Adobe (ADBE34)72,15%

*Acumulado até 27 de novembro

Volume bateu pico do ano em fevereiro

O volume financeiro médio diário consolidado de todos os BDRs listados na B3 atingiu R$ 384,6 milhões até o dia 24 de novembro – correspondendo a 1,76% do volume médio diário mensal de todo o mercado à vista da B3. Segundo a amostra de Rivero, os maiores registros nominais foram alcançados em fevereiro de 2023, com R$ 465,1 milhões, e em agosto de 2023, com R$ 407,4 milhões.

Em termos percentuais, fevereiro foi o mês do ano com maior volume, com os BDRs representando 2,22% do total do mercado à vista da B3, enquanto o segundo melhor registro foi em setembro, com 2,04%. O menor volume do ano foi registrado em maio de 2023, com 1,25%. De acordo com Einar, o mês marcou o “início de uma reversão na tendência de queda que perdurava desde fevereiro de 2023”.

Como os BDRs funcionam

BDR é a sigla do inglês para Brazilian Depositary Receipts. São títulos emitidos no Brasil, por uma instituição brasileira (no caso, a B3), mas que têm lastro em ações de empresas negociadas no exterior. Os BDRs não patrocinados passaram a ficar disponíveis ao investidor pessoa física pela B3 a partir de 2020.

Os papéis de fora funcionam como a garantia para o investimento aqui. Assim, o BDR é uma forma de o brasileiro investir em companhias estrangeiras sem precisar necessariamente comprar a ação no exterior. 

Assim como as ações, os BDRs são considerados investimentos de alto risco. Primeiro porque o investidor está sujeito ao sobe e desce no preço, de acordo com as oscilações do mercado, da mesma maneira como com as ações. Segundo, a variação cambial também influencia os rendimentos dos BDRs. 

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/financas/cisao-de-itau-bba-e-versao-em-miniatura-da-eletrobras-apontam-analistas/Tue, 28 Nov 2023 08:00:00 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541510Cisão de Itaú BBA é ‘versão em miniatura da Eletrobras’, apontam analistas

Os acionistas do Itaú Unibanco (ITUB4) devem votar na próxima quinta-feira (30) em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) o destino de seu braço de atacado e investimentos, o Itaú BBA. Segundo analistas e agentes do mercado, a operação pode ser comparada a uma versão em miniatura do que aconteceu com aEletrobras(ELET3), que dividiu ativos de geração e transmissão, na chamada desverticalização do conglomerado.

A atuação altamente segmentada da companhia de energia aumentou seu nível de eficiência operacional, “inclusive em termos contábeis”, observa Matheus Nascimento, analista da Levante Corp. O mesmo é esperado para o caso da possível cisão do Itaú Unibanco e seu braço de investimentos.

Itaú

Com a justificativa de racionalizar o uso de recursos e otimizar suas estruturas e negócios, o Itaú pretende, com o movimento, ser mais eficiente e gerar maior retorno. Porém, a medida deve extinguir uma sociedade de seu conglomerado e de suas licenças para operar. O movimento aponta para uma operação que visa simplificar a estrutura do bancão e reduzir custos.

“A operação [possível cisão do Itaú BBA] deve tornar o conglomerado [do Itaú Unibanco] mais eficaz”.

Matheus Nascimento, analista da Levante Corp.

Segundo Nascimento, com a divisão das atividades do Itaú e do BBA, é esperado que cada instituição financeira se concentre em áreas de atuação específicas – o que tende a levar a uma redução de custos, principalmente com pessoal e infraestrutura. O analista da Levante Corp aponta ainda que o impacto deve se refletir no índice de eficiência do banco.

No entanto, ainda é difícil prever o quanto exatamente deve se extrair da possível cisão, em especial, qual será a redução de custos. “Dependerá de uma série de fatores, como a eficiência das duas novas empresas e a forma como serão realizadas as sinergias entre elas”, diz Nascimento.

Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, aponta que do ponto de vista de custo operacional, a medida terá uma influência positiva, já que terá a eliminação de um CNPJ.

A questão é que apenas após a assembleia geral é que serão divulgados mais detalhes sobre a cisão. Até então, o movimento deve ser compreendido como uma tentativa de o Itaú destravar valor para a companhia e para seus acionistas, comenta Milton Rabelo, analista da VG Research.

Avaliação das empresas

Do ponto de vista do patrimônio, o Itaú segue melhor avaliado na separação do que o BBA, apontam analistas. Isso porque o banco é considerado uma instituição financeira consolidada, com maior capitalização e receita quando comparado à sua assessoria de investimentos.

“O BBA é uma empresa de menor porte, com foco em assessoria financeira e corretagem de valores mobiliários. Isso faz com que seu patrimônio seja menor que o do banco Itaú”.

Matheus Nascimento, analista da Levante Corp.

A VG Research aponta que a reorganização só vai gerar uma “mera substituição de ativos” no patrimônio líquido da instituição, sem outros impactos financeiros, como aumento de capital social, por exemplo.

Segundo comunicado do Itaú, a medida vai segregar o patrimônio líquido do Itaú BBA em duas entidades distintas: uma a ser incorporada pela Itaú Assessoria e outra pela holding Itaú Unibanco. “Cada uma dessas parcelas abrangerá ativos e passivos específicos relacionados às atividades das respectivas empresas envolvidas”, diz Rabelo, da VG.

A cisão também almeja centralizar as atividades de assessoria financeira em uma única entidade, com enfoque na prestação de serviços de consultoria e gestão de patrimônio.

Como será a separação

A estrutura proposta prevê que a cisão em duas partes distintas separe negócios de assessoria financeira aos de banco de investimento.

A parte de assessoria financeira incluirá assessoria a empresas e instituições, gestão de patrimônio e serviços de banco de investimento focados em financiamentos corporativos.

Já a parte de negócios de banco de investimento será composta por serviços focados em fusões e aquisições (M&A), ofertas públicas de ações (IPOs) e ofertas públicas de distribuição (follow-on), e financiamentos de infraestrutura.

Itaú
Crédito: Adobe Stock

Pode haver impacto sobre as ações?

Embora analistas apontem ser difícil estimar o nível da redução de custos e ganhos de eficiência gerado pela cisão, eles defendem que ela tem potencial de melhorar a eficiência do Itaú como um todo e, consequentemente, impactar positivamente suas ações.

“Para os acionistas do Itaú, a cisão pode levar a uma melhoria na rentabilidade das duas novas empresas, o que também deve beneficiar os acionistas, já que o movimento deverá elevar o nível de governança além das citadas alterações contábeis e estruturais”, aponta o analista da Levante.

Já para o chefe de análises da Órama, o mercado não teria o que precificar dessa movimentação no dia da AGE, uma vez que, em sua avaliação, a cisão “não melhora, nem piora os resultados do banco”.

No dia 30 de outubro, quando o Itaú divulgou fato relevante sobre a mudança, as ações ITUB4 eram negociadas a R$ 27,08. No pregão de segunda-feira (27), elas fecharam cotadas a R$ 30,60 – alta de 13% desde então.

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Pesca Feliz - Feedhttps://www.coletivocapoeira.com/negocios/fusao-entre-eneva-e-vibra-pode-criar-dinossauro-no-setor-de-energia/Mon, 27 Nov 2023 17:49:14 0000https://www.coletivocapoeira.com/?p=541349Fusão entre Eneva e Vibra pode criar ‘dinossauro’ no setor de energia

O mercado foi pego de surpresa com a proposta não vinculante de fusão entre a Eneva(ENEV3) e a Vibra Energia(VBBR3), divulgada em fato relevante na noite da véspera. As duas representantes do setor energético brasileiro indicam para a formação de uma das maiores e mais diversificadas companhias de energia do país.

Apesar da aparente sinergia, ambas ações fecharam em queda no pregão desta segunda-feira (27), com a VBBR3 amargando baixa de 2,43%, a R$ 21,69 e ENEV3 recuando 2,5%, cotada a R$ 12,74. A queda acontece em decorrência das discussões sobre a proposta de junção avaliando ambos os ativos de forma igual, quando Vibra “é mais barata do que Eneva”, aponta Hugo Queiroz, sócio-diretor da área de corporate advisory da L4 Capital.

Apesar de ainda ter pontos a serem discutidos, como qual seria o múltiplo justo valorizando Vibra e corrigindo para baixo Eneva, assim como o fato de o BTG estar no meio do caminho (veja no decorrer da matéria), o analista aponta que a fusão – que carece de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – traz benefícios específicos para cada uma das partes envolvidas.

“Se aprovada a fusão, com certeza será feito um aumento de capital, uma vez que a sinalização de proposta do BTG em aportar térmicas dentro da nova companhia aponta para esse caminho. E os bancos não vão perder oportunidade de fazer dinheiro com tarifas de follow-on e operações de mercado”. Esse somatório, segundo o analista, que está gerando a correção das ações com o mercado sinalizando estar com o pé atrás.

“Para a Eneva, a fusão seria uma oportunidade para desalavancagem, enquanto para a Vibra Energia, representaria uma expansão significativa de seupipeline de crescimento. Cada empresa traz vantagens competitivas únicas que poderiam favorecer um crescimento sustentável da nova entidade”.

Hugo Queiroz, sócio-diretor de corporate advisory da L4 Capital, por nota.

Ainda de acordo com o analista, há riscos de que a fusão entre as companhias não aconteça, já que o endividamento de Eneva é maior do que de Vibra. Mas como essa última tem o intuito de crescer, a entrada da primeira no portfólio aumenta as sinergias, sinalizando oportunidades de investimento promissoras no setor.

A L4 Capital aponta que a empresa resultante da fusão já nasce com um valuationestimado em 9 vezes o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), “um indicativo de que o mercado precifica positivamente suas entregas e potencial, sem ainda levar em conta a expansão completa do portfólio e as sinergias possíveis da combinação das duas empresas”.

Em relatório, a Guide faz coro, indicando que a transação tem potenciais de ganhos para ambas as partes, “tanto pelo know-how de geração de um lado, como pelo know-how de escoamento e distribuição do outro”.

A relação de troca proposta equivale ao valor de mercado médio das duas companhias, quando considerados os últimos 180 dias de negociação das respectivas ações, diz a corretora no documento. Mas considerando os últimos 12 meses, a troca seria mais favorável aos acionistas da Eneva, acrescentam, tendo em vista que está avaliada em R$ 20,7 bilhões, enquanto Vibra valeria R$ 25,9 bilhões.

“A Eneva entende que uma fusão de iguais com Vibra representa uma oportunidade ímpar para as empresas e seus acionistas, tendo um sólido racional estratégico – considerando, inclusive, a complementaridade dos negócios das companhias –, e, se efetivada, poderá implicar em ganhos significativos de eficiência e de alocação de capital”.

guide investimentos, em relatório.

A fusão torna a nova empresa na maior distribuidora de combustíveis do Brasil, a maior plataforma de geração termoelétrica e seria a terceira maior empresa de energia com capital aberto do Brasil em valor de mercado, potencialmente levando a um crescimento significativo da liquidez de ações, com a expectativa de que seja superior a R$ 300 milhões por dia.

Segundo a Eneva, a combinação de negócios deverá criar ganhos de escala e proporcionar grande criação de valor para a companhia na sua estrutura de capital, bem como a
redução de seus spreadse alongamento dos prazos médios de captações de financiamentos a mercado.

Sinergia em alta

Segundo analistas do mercado, o custo de capital da Eneva é inferior ao da Vibra, dadas as características de cada empresa.

“A Eneva contribui para a empresa combinada com um negócio com maior vetor de crescimento e menor custo de capital. Adicionalmente, a Eneva contribui com um negócio com margens mais elevadas”, aponta fato relevante sobre a proposta.

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Linhas de transmissão de energia perto de Brasília 29/08/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino

A margem Ebitda esperada por analistas para a Eneva é de cerca de 50% em 2023, contra 3% para a Vibra. Os elementos, combinados, levam, historicamente, as ações da Eneva a negociarem no mercado com múltiplos implícitos superiores aos das ações da Vibra.

Somado a isso, a Eneva aponta para uma série de projetos contratados que ainda não estão
adequadamente precificados pelo mercado.

“O Ebitda de 2027 da Eneva é estimado pelo mercado em um patamar cerca de 70% superior ao de 2023, com a entrada em operação dos projetos em andamento. Esses novos contratos, além de substantivos em seu tamanho, são na modalidade de receita fixa, reforçando o perfil de baixo risco atrelado ao modelo de negócios da Eneva”.

fato relevante.

Já quanto ao Conselho de Administração da companhia combinada, este deve ser composto por nove membros independentes, incluindo Sérgio Rial, como presidente do conselho.

Um novo CEO ainda deve ser indicado, porém permanecendo até então os atuais executivos, Ernesto Pousada (Vibra) e Lino Cançado (Eneva).

BTG Pactual

Caso a combinação de negócios seja bem-sucedida, o BTG Pactual, que é acionista de referência no negócio, comunicou ao conselho da Eneva que quer concentrar seus investimentos em geração de energia na companhia combinada.

“As condições do negócio serão oportunamente negociadas entre o BTG Pactual e
membros independentes não relacionados do novo conselho de administração da
companhia combinada, seguindo o rito processual adequado para transações dessa
natureza, incluindo o compromisso de que o valor dos ativos deverá ser referendado
porfairness opinion de banco de investimento independente de primeira linha”.

Segundo estimativas informadas pelo BTG, seu portfólio de ativos de geração térmica possui um valor de equity estimado em R$ 2,5 bilhões, quando aplicada uma taxa de desconto de 10% em termos reais. O banco de André Esteves está disposto a aumentar sua presença no setor.

O que fazem as companhias?

A Eneva é reconhecida pela atuação no segmento de energia solar, térmica e biogás, enquanto Vibra Energia atua na distribuição de combustíveis e derivados.

A primeira tem parte de suas geradoras integradas à sua operação. Ela utiliza o gás extraído para alimentar suas térmicas, que tem energia gerada escoada por linhas de transmissão até o consumidor final – setor de atuação da Vibra. Com a fusão, essa última vai aumentar o leque de produtos oferecidos para sua base B2B. 

Em relatório do Bank of America (Bofa) de 6 de novembro, analistas apontavam para a compra das ações da Vibra após resultados do 3º trimestre deste ano, e ao indicarem maior desempenho dos papeis com maior geração de caixa, o que poderia gerar dividendos elevados.

Também era esperado que o endividamento da Vibra melhorasse – sem considerar a fusão com Eneva –, maiores margens no curto prazo, ambiente mais saudável para o segmento de distribuição de combustíveis e recebíveis de vendas de ativos.

Segundo a L4 Capital, ao se fundirem, as empresas não apenas vão potencializar a diversificação de fontes de energia, mas também fortalecer a presença de ambas no mercado energético.

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